21 Dezembro 2019      11:57

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Este Natal seja Catarina e sinta o poder

Disse o líder da igreja católica, o papa Francisco, “Estamos perto do Natal: haverá luzes, festas, árvores iluminadas, presépios… mas é uma farsa. O mundo continua a fazer as guerras. Não escolheu o caminho da paz.”

Gosto do Natal. As cores, os sons e até os cheiros do Natal despertam sentimentos de positivo e de fraternidade numa sociedade cada vez mais macambúzia. As pessoas saem à rua e disfrutam, em muitas localidades, da cor e das tradicionais músicas da época. A solidariedade cresce, as pessoas lembram-se que são humanas e são-no mais.

Mas há mentiras. Há coisas que preferimos ignorar e não ver. A própria génese do Natal, e o Natal como hoje o conhecemos, surge de um misto de várias “inverdades” e é um ritual social que mistura religião, paganismo, cultura e folclore. Mas é, em parte, mentira. Não é sempre assim. Não é assim em todo o mundo. Mas a verdadeira mentira do Natal é toda a face consumista da época; as compras, as prendas, o dar por dar.

Eu continuo a acreditar e a querer sentir que no Natal as pessoas se lembram que há mais mundo além do seu umbigo, que Homem é pluralidade e que não existe eu – no seu expoente máximo – sem um nós. As pessoas lembram-se que devem ajudar o seu semelhante e são mais verdadeiras.

Vejo o Natal como caminho para criar a paz, para acabar com a guerra; como se fez naquele Natal de 1914 em que, no dia 24 de dezembro, em plena Primeira Grande Guerra, os tropas nas trincheiras decidiram um cessar-fogo e conviveram em família, em fraternidade (contaremos esta história em completo na próxima semana).

“Tudo que é humano me comove, porque sou homem.

Tudo me comove porque tenho, Não uma semelhança com ideias e doutrinas

Mas a vasta fraternidade com a humanidade verdadeira.” – Álvaro de Campos

 

Natal ,como o vejo, é época de olharmos -ainda mais - o próximo com foco nas semelhanças e esquecendo as diferenças. Façam as crianças sentir e saber isto, que a verdadeira magia não é o que está detrás do papel de embrulho e que é todo o amor e carinho que leva o embrulho a casa – contenha ela o que for -  e faz com que todos se juntem para celebrar-se a família.

É tempo de nos lembrarmos de quão melhor o mundo pode ser e criarmos - a começar na nossa circunstância e entorno - uma fraternidade mais livre e justa com base no que somos e que nos une: o Ser Humano.

Celebrar o Natal é respeitar o ser humano. Celebrar o Natal é ser humano.

 

A Catarina tem 17 anos. É uma adolescente normal, que namora, que se esforça para tirar boas notas, que tem aulas externas de inglês, explicações a Matemática e que pratica o Natal todo o ano, fazendo voluntariado em todas as iniciativas de solidariedade que consegue acompanhar: Banco Alimentar, associações de apoio às crianças, cuidar dos animais, ambiente etc.

Faça como a Catarina, seja Natal o ano todo!

 

Em nome de toda a equipa do Tribuna Alentejo: um Feliz Natal a todos, todo o ano.

Luís Carapinha- Diretor

 

 

Imagem de pathwaytojoy.org