30 Outubro 2021      07:15

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Este chumbo do Orçamento do Estado para 2022 cheira a esturro!

O chumbo do Orçamento do Estado para 2022 ´´cheira a pântano´´, cheira a ´´abandono´´ do País, cheira a ´´contas descontroladas´´. Um deja vu da governação socialista!

O Parlamento chumbou na última quarta-feira a proposta de Orçamento do Estado para 2022. O documento foi inviabilizado com 117 votos contra, 108 a favor e cinco abstenções.

Tem havido uma enorme discussão sobre quem quis efetivamente ´´matar´´ o Orçamento do Estado para 2022.

Há quem defenda que a famigerada geringonça morreu no dia em que deixaram de haver reversões decorrentes das imposições da troika. Na prática, a componente que uniu o PS, BE, PCP e PEV deixou de existir, logo, sem pontos de convergência, deixaram de fazer sentido os entendimentos.

É uma análise interessante, mas não me parece que seja a causa principal.

Há quem defenda que o BE queria fazer parte da governação de António Costa, pelo que a sua não aceitação, fez com que este partido de extrema-esquerda se divorciasse em definitivo do PS.

Também faz sentido. No entanto, o PS nunca confiou verdadeiramente no BE. Foi verdadeiramente um casamento por interesse, logo tinha um fim anunciado.

Por outro lado, há quem defenda que o PCP entendeu que este era o momento oportuno para voltar para a oposição. Depois de perder tantas câmaras, principalmente para o PS, já era altura de lhes largar a mão.

Também é coerente esta opinião. No entanto, o PCP tem 100 anos de história, é um partido resiliente, sabe esperar.

E há quem defenda que António Costa viu uma oportunidade única neste Orçamento do Estado para 2022, no sentido de forçar os seus parceiros mais à sua esquerda em rejeitar a sua proposta. Culpar todos e vitimizar-se, procurando desta forma isolar-se e garantir uma governação sem necessidade de apoios.

Acredito que esta versão faz mais sentido. No entanto, acredito muito mais que a questão de fundo não é esta: o PS deixou o País encurralado e não o pode libertar com as exigências dos seus parceiros.

Na minha perspetiva, encontramo-nos perante uma situação económica extremamente grave, com um endividamento brutal, um País sem capacidade de criar riqueza, com uma crise energética e de matérias primas (fundamentais) à porta, um País fiscalmente asfixiado, um País adiado por falta de reformas urgentes, de médio e longo prazo.

Por isso mesmo, António Costa tem a pretensão em governar sozinho, sem amarras ideológicas, libertando alegremente os milhões da ´´bazuca´´ e dos fundos comunitários, e depois, logo se vê! Possa ser que com tanto milhão na rua aconteça qualquer coisa! Uma espécie de mão invisível à socialista!

E o mais grave, o País já não aguenta! Não aguenta mesmo! Não aguenta mais TAP´s, mais negócios desastrosos do Estado, nem aguenta as obras faraónicos socialistas. O País fica condenado a ter cada vez mais pobres, mais pessoas pobres, dependentes do Estado, mais empresas pobres, dependentes das obras públicas.

Mas a sina é a habitual, António Costa e o seu PS não vão ganhar as próximas eleições e lá vai mais uma vez o PSD e o CDS (quiçá com a IL) tentar salvar mais uma vez o País.

E os mesmos de sempre, os governos PS, não caiem de maduro e lá vão para a primeira fila da bancada da Assembleia da República, criticar quem tenta resolver os danos que eles próprios deixar.

É a sina!