30 Agosto 2016      10:43

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ESCRITOR ALENTEJANO REPRESENTA PORTUGAL NO BRASIL

António Vilhena - natural de Beja - será o único escritor português a marcar presença na 3º Feira Internacional Literária de Maringá (FLIM), no Brasil, no mês de setembro, onde estará entre grandes nomes da literatura mundial – de acordo com a curadoria da FLIM – como o angolano José Eduardo Agualusa - finalista deste ano do Man Booker Internacional-, o mexicano Juan Pablo Villalobos e o norte-americano William C. Gordon - marido da reconhecida escritora chilena Isabel Allende – além do francês Eric Chartiot e da guatemalteca Frieda Liliana Morales Barco.

Mas o périplo do escritor português não se fica pela Feira Internacional Literária de Maringá, António Vilhena estará também em Santos onde será o foco do evento “Encontro com o autor António Vilhena”  e que será uma interessante tertúlia com base na conversa entre dois escritores – o autor alentejano e Regina Alonso -, um filósofo - Almir José da Silva - e uma pesquisadora literária - Alice Mesquita, numa iniciativa que se insere no projeto Outras Palavras da ONG (organização não-governamental) Tamtam. O programa ficará completo com apresentações musicais com poemas de Fernando Pessoa -  pela voz da cantora Sol Martines, acompanhada por Luis Arcas, violão e Leandro Gomes no acordeão.

Ainda em Santos, António Vilhena visitará a Escola Portuguesa de Santos, de Educação Infantil no bairro Vila Nova, e marcará presença num programa de rádio dedicado à comunidade portuguesa da região.

Já em S. Paulo, ministrará palestras no Colégio Marupiara e estará na Casa das Rosas no “Chama Poética” e que terá a sua poesia no centro das atenções. Para esta iniciativa, estão também convidados o ator Alexandre Mello, o Duo Soprando cordas com os músicos Liw Ferreira (bandolim e violão) e Beatriz Pacheco (saxofone), a cantora Natércia Malheiros (voz), o músico, compositor e cantor, Gabriel de Almeida Prado (violão, composições, voz e direção musical).

António Vilhena é licenciado em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e de Ciências de Educação e Mestre em Estudos Clássicos pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. É membro convidado do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Faculdade de Letras de Universidade de Coimbra onde é, também, Doutorando. Poeta, cronista e autor de livros infantis, é atualmente curador na Casa da Escrita - Câmara Municipal de Coimbra.

O autor – que já tem editadas diversas como Do Ventre da Terra (poesia, 1987), Trança D`Água (poesia, 1989), A Eterna Paixão de Nunca estar Contente (prosa poética, 1991), Mais Felizes Que o Sonho (poesia, 1996), Diálogos de Rosa e Espada (crónicas, 2004) O Piano Adormecido (infantil, 2006), Canto Imperecível das Aves (poesia, 2012), A Formiga Barriguda (infantil, 2012), Templo do Fogo Insaciável (poesia, 2013), As Férias da Formiga Barriguda (infantil, 2013), Cartas a Um Amor Ausente (prosa poética, 2014), A Orquestra da Formiga Barriguda (infantil, 2014), Picó Seis Dedos no Planeta Azul (infantil, 2016) – é definido pelas palavras de Nair de Nazaré Castro Soares, catedrática da Universidade de Coimbra no prefácio do livro "Cartas a um Amor ausente" do seguinte modo:

"Em Cartas a Um Amor Ausente, o amor é a substância primeira, o sujeito e o objecto da narrativa poética. Dali parte, ali regressa. E, nesse amor tão escrupuloso, o autor põe uma tão comovida atenção, uma tal graça ingénua na estilização do mundo que é o seu, que a sua palavra, o que nos dá a ver, leva-nos a afirmar com Hölderlin que a poesia é a mais inocente das actividades. (…)"

José Carlos Seabra Pereira, define-o assim: “Sem embargo da crescente revelação de dotes para a realização cativante noutros tipos de criação literária, com a literatura para crianças a crescer por entre a crónica e a ficção de narrativa breve, a vocação literária de António Vilhena permanece fiel à primazia da poesia lírica, que tão precocemente se afirmou sobre a herança mítica e a tradição do canto da mátria alentejana. Memória afectiva da subjectividade e memória cívica da comunidade, sem engodos de evasão pitoresca ou nostálgica, essa presença originária do Alentejo – matriz existencial e metáfora sinérgica do inconformismo social e do anseio existencial de um bem maior – desdobra-se ao longo da obra de António Vilhena e interage alusivamente com outras eficientes figurações para dizer a inquietação e o horizonte da vida como travessia.”