24 Novembro 2019      00:07

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A escrita que me descobre

Comecei a escrever em criança. Não sei quantos anos tinha. Se tivesse que dizer uma idade, apostava em sete anos. Era uma criança. Noutro século, quase. Não era a mesma pessoa, a única coisa que temos comum, neste momento, é esta incrível paixão pelas letras e a forma como se unem para criar uma melodia.

Lembro-me como se fosse ontem do quão adulta me sentia a escrever; recriava episódios dos meus desenhos animados favoritos e adicionava aquilo que eu queria que acontecesse, com novas personagens e intrigas.

Voltei a escrever em dois mil e catorze. Aqui sim, consigo dizer, tinha treze anos.

Escrevia histórias com os membros da minha banda favorita da altura. A maneira como eu os imaginava a falar e a agir, deixava-me com poder.

Entretanto, parei de escrever. Não sei bem porquê.

Precisei, novamente, de recorrer à escrita. Precisava de um refúgio. De algo meu, para mim. Tinha a necessidade de falar comigo, de me perceber, de me organizar e chegar a uma conclusão. Em dois mil e dezoito escrevia desabafos, ultrapassava a altura mais difícil dos meus dezoito anos. Não os mostrava a ninguém. Mas, agora, passado um ano, faço intenções de os mostrar.

Se me estou a expor? Sim, totalmente. Mas, com já dois textos publicados para o mundo, percebi que tenho um alcance fantástico para toda as pessoas.

Com os meus textos, consigo ajudar e falar contigo que estás a ler. Consigo ajudar-te. E, para mim, não há nada mais importante do que isso. Ajudar-te, deixa-me com o coração a sorrir e a brilhar. Comunicar contigo e saber que poderei melhorar alguma coisa no teu dia-a-dia, enche-me a alma de uma maneira que nem palavras me conseguem auxiliar desta vez.

Mesmo que parem de fazer aquilo que gostem; isso sempre voltará para vocês. Porque é inevitável. É assim que funciona.

Como alguém especial me diria, “sejam felizes e façam alguém feliz”.

 

 

Por Rita Medinas, natural de Reguengos de Monsaraz, com dezoito anos e estudante do Curso de Português na Universidade de Coimbra.