5 Agosto 2022      13:15

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Escola em Odemira forma aspirantes a realizadores

A Portugal Filmschool, criada pelo holandês Ton van der Lee há dois anos e localizada no Monte da Estrada, em Odemira, recebe, durante duas semanas, oito alunos que vão aprender a produzir, a usar uma câmara, gravar o som, fazer a montagem e a realizar.

Em declarações ao jornal Público, Ton van der Lee explica que o objetivo é dar aos aspirantes a realizadores a oportunidade de fazerem um documentário curto, numa formação de duas semanas, em que, no final desta semana, serão uma “equipa de filmagens de apenas uma pessoa”, já que vão aprender todas as tarefas necessárias para fazer um filme, da produção à realização.

Segundo o responsável, as turmas são pequenas, uma vez que se trata de um curso intensivo. Depois da inscrição, é feita uma entrevista à distância, para avaliar e selecionar os participantes.

Durante duas semanas, as aulas são sobretudo práticas e, nos primeiros dias, os alunos vão logo para o terreno, em equipas de três, para filmar, recolher som e imagem, fazer as entrevistas para montar cada um dos seus documentários. No final, os projetos são apresentados numa sessão aberta à comunidade.

Para o realizador, é importante que a oralidade não se perca. Assim, continua a escrever e a fazer documentários: grava a cultural oral e não se cinge aos velhos das aldeias, pois quer ouvir “gente diferente, operários, latifundiários, políticos... Tudo gente do Baixo Alentejo”, refere. “Estas histórias estão quase a desaparecer e ninguém faz nada”, lamenta.

No mesmo ano em que fundou este curso de verão, Ton van der Lee criou também o Alentejo Documentary Film Festival — que este ano decorre de 16 a 21 de agosto, no espaço da escola, ao ar livre. A ideia é exibir dois documentários por dia, sobre temas que preocupam os locais, nacionais e estrangeiros. Este ano, os temas giram em torno do clima, energia verde, permacultura, espiritualidade, educação alternativa e redes sociais. “A escola deve ser lugar para ajudar a população, social e culturalmente”, afirma o realizador.