15 Janeiro 2019      18:27

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Entre Capelas e "capelinhas em R4 - Alvito, Cuba e Vidigueira

Entre Capelas e "capelinhas em R4, com os "Eat-Inerários Slow @ Alentejo"

Sob o signo do vinho de talha, entre capelas e “capelinhas”, encerrou a temporada de 2018 dos "Eat-inerários Slow @ Alentejo" com uma jornada dupla, que regressou a terras que regressou a terras de vinhos (Vidigueira, Cuba e Alvito) onde temos sido muito bem recebidos, permitindo aos aventureiros a (re)descoberta de mais um pouco de um Alentejo menos conhecido, tendencialmente em modo slow travel…

Alvito, 10 de Novembro, 10:00 – iniciava-se a etapa de Novembro dos "Eat-inerários Slow @ Alentejo", a “IV Expedição a Cuba, entre capelas e “capelinhas”- VIII Passeio de São Martinho com o carrinho”, que congregou mais de quinze R4 (e.g. Cascais, Caldas da Rainha, Leiria, Abrantes, Castelo de Vide) para celebração do São Martinho e do vinho novo (de talha, obviamente, como temos vindo a fazer há muitos anos)... Após matinal café e compras no comércio local (e.g. pão), a comitiva beneficiou de cativante visita guiada, proporcionada pela autarquia, a algum do património e dos recantos de Alvito (e.g. Igreja Matriz, Castelo, Ermida de São Sebastião), que incluiu paragens no Mercado Municipal (compra de produtos locais), no “Papa Borregos” (uns copitos de branco acolitados por torresmos de riçol) e nos Amigos do Cante (convivial mavioso petisco de fim de manhã, oferecido pela autarquia) e concluiu-se com fotografias de grupo (R4 e comitiva) e entrega de recordações.

Depois, a caR4vana tomou a direcção de Cuba, com paragem em Vila Ruiva, para uma esclarecedora visita à sua Igreja Matriz, seguindo-se prolongado repasto alentejano em espaço tradicional (em consonância com a campanha “Food for Change” do Slow Food) – (e.g. cozido de grão), que comemorou mais um aniversário do incontornável José Morais, com animação a cargo do Gang da Chamusca. Com a tarde bem avançada, foi tempo de a caR4vana dirigir-se para Vila Alva, onde, e após estacionamento em espaço nobre, decorreu recepção “oficial” e entrega do copo ”de três” (de vidro, obviamente), essencial para a “exigente” rota de genuínas tabernas que iria seguir-se, com vinho de talha (branco, obviamente), petiscos, cante e muito convívio, e que terminaria em Cuba, com alguns a debicar uma feijoada de javali! Chegava ao fim o dia, mas não a celebração, que teria, para muitos, o seu epílogo no dia seguinte nos arredores de Montemor-o-Novo, com um sápido repasto em espaço popular que muito estimamos… E viva o São Martinho!

Concluída a “IV Expedição a Cuba, entre capelas e “capelinhas”- VIII Passeio de São Martinho com o carrinho”, importa agradecer aos convivas presentes que tornaram possível e animaram a jornada - destaque para o casal Morais e para o Gang da Chamusca- e aos anfitriões que nos apoiaram e acolheram: Câmara Municipal de Alvito (Luís Sousa), Câmara Municipal de Cuba (José Cabrita, Dulce Lopes, José Chaveiro), Junta de Freguesia de Vila Alva (José Pacheco), Rui Alves, Taberna do Arrufa, Taberna do Febras…

Vidigueira, 9 de Dezembro, 09:30 – com cerca de uma dúzia/dezena de R4 (e.g. Cascais, Caldas da Rainha, Chamusca, Praia da Oura), o “Passeio @ terras de Vidigueira, entre capelas e “capelinhas”- VIII Encontro Natalício” iniciava-se no Telheiro Artesanal, com uma muito esclarecedora introdução à produção de talhas, seguindo-se o estacionamento (mais um ano) defronte do Museu Municipal de Vidigueira, para mais uma animada visita a um espaço sempre cativante. Depois, a caR4vana, através de estradas secundárias (que muito aprecia), passou por Selmes, onde tomou conhecimento da dita “maldição” do Morgado de Selmes e, atravessando a sua escondida ponte “romana”, dirigiu-se a Alcaria da Serra. Dado que estávamos em território de Vidigueira, “Terras de Pão, Gentes de Paz”, foram inevitáveis dois momentos centrados no pão (além do almoço, que se anunciava) - a compra de pão a vendedor ambulante e a compra de pão e bolos caseiros na pastelaria da terra – intercalados por uma muito descontraída, mas instrutiva, visita aos Mosaicos d’Alcaria, onde o mosaico hidráulico foi o centro das atenções, bem como algum poejo…

De volta à Vidigueira, e com as viaturas de novo estacionadas defronte do Museu Municipal, teve lugar o demorado e sápido almoço, que fez jus uma vez mais, à campanha “Food for Change” do Slow Food (e.g. mogango com feijão, migas com carne de porco, sericá), tendo a digestão tido lugar com a visita às ruinas de São Cucufate (cuja villa é tida como a maior de Portugal). Por fim, e já na vizinha Vila de Frades (terra onde nasceu Fialho de Almeida), e com os convivas devidamente ataviados com o seu “copo de três”, foi tempo de percorrer a imperiosa e mui concorrida Rota das Adegas da Vitifrades 2018 – 21.ª Festas Báquicas, que muita dedicação exigiu aos presentes, entre copitos (de branco, obviamente) e petiscos, tendo a jornada terminado com a prova de um singular branco produzido numa singular cuba de barro…

Terminado o “Passeio @ terras de Vidigueira, entre capelas e “capelinhas”- VIII Encontro Natalício”, que (re)descobriu um pouco mais deste outro Alentejo, são devidos agradecimentos aos convivas presentes que tornaram possível e animaram a jornada e aos anfitriões que nos apoiaram e acolheram: Câmara Municipal de Vidigueira (Ana Faísco), Telheiro Artesanal (António Rocha), Pastelaria Baião, Cervejaria Vasco da Gama (Duarte), Junta de Freguesia de Vila de Frades, Vitifrades (Cláudia Amador).

E, concluiu-se, assim, a temporada de 2018 dos “Eat-inerários Slow @ Alentejo”, com uma jornada dupla que, sob o signo de Baco, entre capelas e “capelinhas” (as tabernas), com o vinho de talha (desde o início de 2015, na Arca do Gosto do Slow Food), o cante e tradicionais petiscos omnipresentes, celebrou o São Martinho e a quadra natalícia.

Os “Eat-inerários Slow @ Alentejo” são uma forma diferente de viajar e fazer turismo, que tem permitido descobrir e desfrutar (mais de 4 anos e de 40 passeios), em modo slow travel e geoturístico, em R4, noutro clássico ou… à boleia, um outro Alentejo (e “Além-Tejo”): genuíno (terroir, food & slowness), amiúde afastado das rotas habituais (e.g. estradas secundárias, espaços rurais menos conhecidos, recantos inesperados, sabores autênticos, experiências singulares), sempre em interacção com as comunidades locais e contribuindo para a promoção dos veículos clássicos, importantes para uma vida mais calma, menos superficial, mais slow…

Por fim, e dado que os últimos são os primeiros, agradecimentos especiais são devidos aos que nos apoiaram, desde o primeiro km: João Santos, Danilo Pratas, Gang da Chamusca, DAC, Topos & Clássicos, Tribuna do Alentejo, António Caraça Roque…

E quanto a 2019? Veremos, pois estamos em tempo de auscultação aos convivas… Mas o Além-Tejo é o nosso limite, em R4, noutro clássico, ou à boleia!

 

Texto: Victor Lamberto   | Fotografias: Rui Freitas e Victor Lamberto

 

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