3 Setembro 2020      11:35

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Empresa apontada por poluição em Vendas Novas acusa autarquia de ilegalidade

Pedro Silva, administrador da Extraoils

A empresa apontada pela autarquia de Vendas Novas e pelo Ministério do Ambiente de ser a responsável pelas descargas poluentes que estão a causar mau cheiro naquela cidade alentejana rejeita as acusações e vem agora acusar a autarquia de ilegalidade, na sequência de uma decisão camarária de ontem, dia 2 de setembro, que determinou o encerramento do coletor de esgotos que serve aquela unidade industrial de tratamento de óleos.

A empresa Extraoils – Oils 4 The Future, instalada na zona industrial daquela cidade, que tem rejeitado as acusações, foi apontada pelo ministro do Ambiente como responsável pela ineficiência do sistema de pré-tratamento da unidade industrial da Extra Oils. O gabinete de João Pedro Matos Fernandes esclareceu que, “de acordo com a informação fornecida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a causa dos maus cheiros que têm sido sentidos na zona de Vendas Novas está relacionada com a unidade industrial da empresa Extra Oils […], devido à ineficiência do funcionamento do sistema de pré-tratamento ali instalada”.

A empresa acusa agora a autarquia de "de pura prepotência e declarada campanha política" com o encerramento do coletor e que impede descargas no esgoto. “Estávamos no final do dia de trabalho, pouco antes das 19h00, quando um funcionário da nossa fábrica nos informou que técnicos da câmara municipal estavam na unidade para fechar o coletor de esgoto que serve a empresa. Surpreendentemente, e ao contrário do que determina a notificação, os colaboradores detetaram que as casas de banhos ficaram sem água, uma vez que os referidos técnicos, para além de encerrar o coletor do esgoto industrial, vedaram também o afluente do coletor doméstico. Este é um ato de pura ilegalidade cometido pela autarquia”, afirma Pedro Silva, administrador da Extraoils.

Pedro Silva atira mesmo ao autarca Luís Dias perante a decisão do encerramento. "Talvez fosse importante perguntar ao responsável máximo do município como é que se está ao lado dos munícipes quando numa atitude de total ilegalidade se deixa esses mesmos munícipes privados de utilizar as casas de banho, que ficaram sem água, ainda mais se tivermos em conta o atual contexto de pandemia”, questiona o administrador, relembrando que 100% dos funcionários da fábrica residem em Vendas Novas.

A empresa rejeita assim ser a responsável pela poluição e defende que a situação decorre de "problemas existentes nas infraestruturas do Parque Industrial de Vendas Novas".