3 Abril 2022      11:57

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Do Alentejo para a cidade no Teatro Ibérico

“Além” é o nome da peça que estreia no Teatro Ibérico no dia 7 de abril e que aborda o caminho que se faz entre a busca do sonho e o “abandono” da terra, do Alentejo para a Grande Cidade, e todos os desafios que essa passagem implica. O espetáculo conta ainda com Cante Alentejano ao vivo, pelo Grupo Coral Feminino “Papoilas do Enxoé”, apresentando-se no palco da capital até dia 17 de abril, de quinta a domingo.

Com texto de João Garcia Miguel e interpretação das atrizes Helena Baronet e Vanda R. Rodrigues, “Além” tem como pano de fundo o Alentejo mais profundo e algumas das suas características, baseando-se na história da própria encenadora, Rita Costa, que muito cedo veio para Lisboa à procura de uma carreira no mundo do teatro e da encenação. Tendo o sonho como temática principal, a peça pretende levar os espectadores a pensarem sobre até onde a ambição e o desejo de algo maior leva cada ser humano e nos desafios e obstáculos que temos de ultrapassar para chegarmos onde queremos.

“Ninguém esquece as suas raízes, a sua terra Natal, mas muitas vezes somos obrigados a sair da nossa zona de conforto para encontrarmos uma vida melhor – seja este “melhor” muitas vezes feito de dor e sofrimento. Este espetáculo reflete exatamente isto, levando-nos nesta viagem que simultaneamente nos remete para um debate interior relacionado com a procura incessante pela felicidade. Acreditamos que “Além” é uma peça que toca a todos, mas que vai sensibilizar em particular as pessoas que saíram ou estão em vias de sair de casa, em busca dos seus sonhos”, explica Rita Costa, Encenadora da peça e Diretora do Teatro Ibérico.

“Este é mesmo o meu caso e, por esse motivo, quisemos que parte da minha própria história estivesse refletida nesta produção. É exatamente esse o motivo que traz o mais profundo Alentejo ao palco do Teatro Ibérico, sendo esta ainda uma possibilidade para todos os que nos visitem terem contacto com as tradições musicais e gentes desta tão rica região do nosso país”, acrescenta.

Com o objetivo de não deixar ninguém de fora, a produção disponibiliza sessões interpretadas em Língua Gestual Portuguesa e ainda audiodescrição. A todos os que queiram assistir à peça, mas não possam dirigir-se ao Teatro Ibérico, podem vê-la em livestreaming no dia 10 de abril. Já no último dia de apresentação, os espectadores poderão assistir ao lançamento do livro da peça e ter a oportunidade de privar com as atrizes e encenadora, através de uma conversa informal no final do espetáculo.

Os bilhetes para a produção estão disponíveis na Ticketline, nos locais habituais e na bilheteira do próprio teatro (bilheteira@teatroiberico.org). A entrada tem um custo de 10€, sendo que existem descontos (exclusivos na bilheteira do Teatro Ibérico) para estudantes, reformados, entre outros. 

A peça estará em cena de 7 a 17 de abril, de quinta-feira a sábado às 21:00 e aos domingos às 17:00.

O Teatro Ibérico - Centro de Cultura e Pesquisa de Arte Teatral - surgiu em 1981 e localiza-se nas antigas instalações da Igreja do Convento de Xabregas. Atualmente, dedica-se à criação e apresentação de propostas artísticas contemporâneas, que preencham requisitos de originalidade, radicalidade e liberdade. Afirma-se ainda como uma sala alternativa para a criação e acolhimento de artistas e coletivos de cariz contemporâneo em Lisboa, uma porta aberta para as artes e o mundo, trazendo a Lisboa grupos e pessoas de diferentes áreas artísticas e promovendo uma experiência de descentralização artística.