Em linguagem militar significa o dia da decisão, o dia de início de uma operação militar de combate.
A sua utilização remonta à Primeira Grande Guerra e foi utilizada pelo exército norte-americano “D-Day”. Hoje em dia, a expressão vulgarizou-se de tal modo que é utilizada de modo geral por toda a sociedade para enunciar um dia em alguma coisa se desenvolverá ou acontecerá.
Hoje, 6 de junho, celebra-se o aniversário de um dos “Dias Ds” mais importantes da história do mundo: os 74 anos do Desembarque na Normandia, por parte das tropas aliadas, em plena 2ª Guerra Mundial.
Em 1944, com o nome de código Overlord, os Aliados entravam em França pela sua costa norte e é considerada como a maior invasão marítima da História.
Cerca de 150 mil soldados, desembarcaram na costa da Normandia, França, ao longo de um dia e meio, através de 6 mil navios britânicos, norte-americanos, franceses, polacos, noruegueses, gregos e holandeses. No total, a frota era constituída por: 6 Couraçados, 23 cruzadores, 104 contratorpedeiros, 152 fragatas e corvetas, 97 draga-minas, 5000 barcos e navios diversos.
De dentro destes barcos, e além dos soldados, desembarcaram cerca de 20.000 veículos – entre eles os míticos Jeep Willys - e a operação teve ainda o apoio aéreo de 5000 aviões.
Esta operação – cuja planificação foi discutida e tratada pelos mesmíssimos Winston Churchill e Franklin Roosevelt – abriu uma nova frente de guerra em plena França ocupada. A definição do ataque e o plano de estratégia ficou a cargo do tenente-general inglês Frederick Morgan e foi o general norte-americano Dwight Eisenhower que chefiou as forças aliadas.
O desembarque na Normandia foi um dos momentos chave, senão mesmo o momento crucial para a existência de um mundo livre e com apoio russo de Josef Stalin que já havia incentivado e encorajado uma operação em larga escala deste género para acabar com o império nazi de Hitler.
Esses, os alemães, desconfiavam de algo mas hesitaram entre deslocar as forças para o norte de França – local onde ocorreria o presumível ataque – o deixá-las mais recuadas de modo a puderem reagir caso esse ataque ocorresse noutro sítio.
Mas também aqui os Aliados haviam planeado bem a invasão, pois foi criada uma “diversão” para confundir os alemães e que consistia na divulgação de planos para um desembarque em Pas-de-Calais.
Esta invasão, de nome Fortitude, seria liderada pelo General Patton e para a levar a efeito os aliados criaram e utilizaram barcos e tanques falsos de madeira, plástico ou lona a leste da Inglaterra para confundir aviões espiões alemães. Ao longo de todo o dia, Idosos ex-militares e na reserva enviaram mensagens falsas via rádio entre si. Esta falsa operação foi de tal modo bem montada e criou tal confusão nos alemães que, passadas duas semanas da invasão pela Normandia, partes do exército alemão ainda esperavam o desembarque dos aliados em Pas-de-Calais.
Apesar de uma reação algo tardia à invasão, os alemães infligiram pesadas baixas aos aliados, pois Rommel – conhecido como a “Raposa do Deserto”, um dos mais conceituados líderes do exército alemão e que, contra a opinião de Hitler (defendia que o ataque seria em Pas-de-Calais) sempre disse que o ataque seria pela Normandia - esperava pelos aliados com a famosa “muralha do Atlântico”, uma linha de defesa das tropas alemãs que se estendia desde a fronteira franco-espanhola até à Noruega (mas que nunca ficou completamente construída).
A opção inicial discutida na Conferência de Teerão, em finais de 1943 – com Churchill, Roosevelt e Stallin - teria sido um ataque massivo pelos Balcãs, proposta de Churchill e que Stallin, que tinha empurrado recentemente o exército alemão para fora da Rússia, prontamente recusou.
São vários os filmes ou jogos que reeditam este episódio da História do Mundo e alguns filmes como “O Resgate do Soldado Ryan”, “O Dia Mais Longo”, “ Irmãos de Armas”, “O Desafio das Águias” ou “O Dia D”.