8 Dezembro 2017      22:50

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A DEGRADAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS NO DISTRITO DE ÉVORA

Com este Governo temos tido uma forte degradação dos serviços públicos. Muitas são as situações que tenho vindo a anunciar.

Considero que as referentes às áreas da saúde e da educação são as mais graves. São também as que mais se repetem.

É nesse sentido que apresento o caso mais recente na área da saúde:

Falta de Anestesistas no Serviço de Urgência no Hospital Espírito Santo em Évora (HESE).

Segundo uma Reportagem que passou no Telejornal das 20 h da RTP 1 no dia 3 de dezembro de 2017, o Hospital Espírito Santo em Évora (HESE) esteve alguns dias com falta de anestesistas.

Na notícia ficou evidenciado que o Hospital de Évora teve apenas um anestesista de serviço nas noites de 28 para 29 de novembro, de 30 de novembro para 1 de dezembro e de 1 de dezembro para 2 de dezembro. As razões que levaram a esta rutura deveram-se, essencialmente, à ausência de um profissional por licença de maternidade.

Em termos práticos, o Hospital de Évora esteve três noites só com um profissional de serviço, situação que contraria as regras impostas pela especialidade de anestesiologia.

Com efeito, a Direcção Clínica do Hospital apresentou uma primeira circular interna no dia 28 de novembro, onde informava que, “por motivos de escassez de recursos humanos, a partir das 20 horas do dia 28 de novembro às 8 horas do dia 29 de novembro, o Serviço de Anestesiologia não conseguiu preencher a escala de urgência com dois anestesiologistas”, apelando ainda “à compreensão de todos os profissionais, no sentido de apenas os doentes urgentes serem propostos para cirurgia”.

Dois dias depois, a 30 de novembro, a Direcção Clínica do Hospital apresentou uma nova circular onde referia que a situação se repetiria “a partir das 20 horas do dia 30 de novembro às 8 horas do dia 2 de dezembro”. Ou seja, em 36 horas o Hospital teve apenas um anestesista a trabalhar, violando assim as recomendações de segurança do próprio hospital.

A declaração de princípios dos anestesiologistas no serviço de urgência do hospital refere, no seu Ponto 10, que “Em todas as circunstâncias (..) é critério de segurança fundamental a equipa mínima de 2 anestesiologistas”.

Estes problemas vêm agravar uma situação que merece cuidados redobrados, na medida em que o serviço de anestesiologia reveste importância fundamental para o HESE e constitui um garante da qualidade e segurança dos cuidados de saúde prestados nessa unidade hospitalar do Serviço Nacional de saúde, as quais não se podem, em circunstância alguma, ser colocadas em causa.

Felizmente não houve ocorrências graves neste período, senão dificilmente poderiam ter sido resolvidas pelas equipas que se encontravam de urgência.

Estas matérias vão-se repetindo sistematicamente em diferentes especialidades, sem que surgem soluções à vista.

Felizmente não houve ocorrências graves neste período, senão dificilmente poderiam ter sido resolvidas pelas equipas que se encontravam de urgência.

Uma coisa é certa, enfraquecer os serviços do Estado é uma péssima opção. Torna-se muito mais grave sobretudo quando o Governo e os partidos que o suportam sustentam o seu argumentário político na defesa dos serviços e do investimento pública.

Argumentos que a realidade desmente. É assim!

 

 

Imagem de cadena3.com