12 Janeiro 2016      23:58

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DE PEQUENINO É QUE SE TORCE O PEPINO…

"ECONOMICAMENTE FALANDO"

…E SE ARRUÍNAM OS MITOS!

Ano Novo, vida nova. Ou melhor: Ano Novo, projetos novos. Talvez ainda melhor: Ano Novo, projetos velhos, mas (re)colocados em prática de forma nova…

Entre outras coisas planeadas para este ano, tenho um novo livro que tem como principal objetivo a consciencialização de uma problemática que, como já disse em crónicas anteriores, acho fundamental para promover um melhor funcionamento da sociedade. Refiro-me às finanças pessoais. E apesar de já ter escrito um livro sobre esta temática (para quem não conhece, pode ir procurar por “No poupar é que está o ganho”), este novo livro tem como objetivo direcionar a temática para as crianças. Já que muitos adultos não sabem nem querem saber disso.

Ando nesta vida de “pregação” das finanças pessoais já há vários anos, o suficiente para ouvir demasiadas afirmações e muitos mitos: “Os cartões de crédito só servem para pagar juros!”, “Os bancos são uns ladrões!”, “Se me saísse o Euromilhões pagava logo a minha dívida ao banco!”, “Só os ricos é que podem pensar nas finanças pessoais!”, “Tu é que és economista!”, “O dinheiro nos bancos não está seguro!”… e podia continuar sem problemas a lista!

Argumentos para cada uma destas questões:

 - Há 10 anos que utilizo cartão de crédito, nunca paguei um cêntimo de juros, oferecem-me a anuidade e tenho desconto no spread;

 - É verdade que os bancos têm taxas… mas não é menos verdade que eu, por exemplo, não pago nem uma;

 - Desde que os juros que ganho com as poupanças do Euromilhões sejam maiores que os juros (comissões e outros custos) que pago com os créditos que tenho… quero lá saber se tenho uma dívida ou não;

 - Felizmente eu penso em finanças pessoais e não sou rico (antes fosse);

 - Pois, é verdade que sou economista. Mas também posso dizer, sem rodeios, que a minha formação de economista não tem nada a ver com a minha preocupação com as finanças pessoais;

 - O dinheiro nos bancos está seguro, em determinadas condições (e a menos que tenha mais de 100.000€, o seu pode estar todo seguro).

Estes são apenas alguns dos mitos e/ou questões que rapidamente se rebatem e que acho que os miúdos devem saber. Assim como devem saber o que é o dinheiro, o que é um cartão de débito ou de crédito, o que é uma conta bancária, o que é a taxa de juro, e muitas coisas mais. Desde que idade? Cedo! Já este ano letivo fui falar aos miúdos da sala da minha filha do meio que tem 5 anos e já tive dois convites para outras duas conversas. E lá estarei! Afinal de contas, foram os miúdos que começaram com o ímpeto da reciclagem… também podem começar este movimento.

É que, além disso, os mitos tomam muitas vezes proporções alarmantes e confundem as pessoas. Vai uma aposta? Nos antigos bilhetes de identidade, após o número de identificação aparecia, logo a seguir, um algarismo entre 0 e 9. Vá-se lá saber porquê, a ideia das pessoas é que esse algarismo, que continua presente nos cartões do cidadão atuais, era o número de pessoas que tinham exatamente o mesmo nome da pessoa. Era um mito que muitas pessoas ainda hoje acreditam. E que bastava, por exemplo, que a Matemática fosse ensinada às crianças de forma integrada e esclarecedora para que se soubesse que aquele algarismo não é nada do que se diz, mas sim um algarismo de identificação. Que existe também no número de contribuinte. Que existe nas notas de euro. Que existe no código de barras. Que existe no NIB. Que existe em tanto lado mas continua sem existir em lado nenhum só porque as pessoas não sabem…

 

Imagem daqui