25 Maio 2017      10:49

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CUMPRIMOS O DÉFICE. E PORTUGAL?

Só quem coloca a ideologia à frente do País é que não ficaria satisfeito com os resultados do défice de 2016 apresentados pelo Governo.

É curioso assistir aos que hoje fazem tanta questão em afirmar que os 2,1% de défice se deve exclusivamente a António Costa, foram os mesmos que ainda hoje contestam a governação de Pedro Passos Coelho, que recebeu um défice de 11,2% de Sócrates e entregou o País ao actual governo com um défice de 3% (sem contar com o BANIF).

Tanto os dados de 2015, bem como os de 2016 demonstram que os nossos Governantes continuam, e bem, preocupado em cumprir as metas que a União Europeia exige aos seus Estados-Membros, muito ao contrário das irresponsabilidades demagógicas que o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista defendem.

Partidos à parte, é de facto uma boa notícia os resultados do défice, de forma a possibilitar-nos a saída do Procedimento por Défice Excessivo (PDE). A saída do PDE permite aumentar a confiança dos Investidores estrangeiros, luz verde de Bruxelas para investimento público, mas também olharmos para o futuro e colocar em prática algumas reformas estruturais.

Quanto aos investimentos públicos (que têm sido evitados pelo Governo Socialista, ao contrário do seu programa eleitoral), devem ser realizados a pensar no apoio à produtividade das empresas portuguesas e ao número de empregos que daí advém, mas também é necessário travar pensamentos de investimento megalómanos à boa maneira socrática. Pensamentos esses que ajudaram a levar-nos para um défice de 11,2%.

No que diz respeito às reformas estruturais está na hora de se avançar com negociações entre os maiores partidos (PSD e PS) em áreas de grande relevo para o futuro do nosso País, como é o caso da Segurança Social e de um novo modelo sustentável de financiamento. Não se deve empurrar este tipo de reformas com a barriga. Deve-se sim aproveitar a actual conjuntura interna e externa para se avançar com entendimentos que nos permitam acreditar num sistema de Segurança Social justo e solidário, quando na realidade sabemos que dentro de décadas teremos um menor número de Pessoas no activo a descontar e por sua vez haverá um aumento de Pessoas reformadas.

Imagem de capa de JOHN THYS / AFP / GETTY IMAGES