4 Abril 2019      17:10

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Cuba mostra evolução do vinho da talha e das adegas no Baixo Alentejo desde os romanos

A evolução do vinho da talha e das adegas no Baixo Alentejo desde a época romana até os dias de hoje dá nome a uma exposição muito completa em Cuba, na Casa-Museu Quinta da Esperança

‘Vila Alva – Terras de Vinho’, patente até 14 de abril, que pode ser vista na renovada adega da Quinta da Esperança dá a conhecer a evolução do vinho de talha e das respetivas adegas em Vila Alva.

A exposição inicia-se na época da presença romana em Portugal, seguindo para dar ênfase aos séculos XIX e XX, “traz também a lista das adegas desaparecidas (50)”, as ainda existentes mas que não produzem vinho (que são 14), e as poucas remanescentes com produção, “que ao todo somam oito, numa prática e em locais que foram desaparecendo ao longo dos anos”, como anuncia a promotora.

A mostra detalha ainda as particularidades das talhas, como se fabricavam, o que motivou a multiplicação de adegas no início do século XX naquela terra alentejana e como se ligam hoje o cante alentejano e o vinho da talha.
É claro que também há vinho para prova da casa Tareco.

A exposição, uma organização da XXVI Talhas, foi elaborada pelos pesquisadores e produtores de vinho Daniel Parreira e João Taborda, e o design dos painéis composto por Samuel Pernicha.

O vinho de talha alentejano já foi comparado a “mina de ouro”, tendo em conta as novas tendências do mercado mundial de vinhos que preferem  “vinhos como os de talha, que acompanhem melhor a comida e que tenham um sabor mais mineral e vegetal, mais complexo, sem tanta fruta ou notas de carvalho". O que constitui uma oportunidade de antecipação para Portugal. Em 2015, 20% do volume de vinho de talha Alentejano já teve como destino a exportação, para países como os Estados Unidos, o Brasil, Angola e Suíça.

Neste processo de vinificação desenvolvido pelos romanos, as uvas esmagadas são colocadas dentro das talhas de barro e ficam a fermentar, durante meses, em cima das massas formadas pelas películas do fruto. Saindo depois o líquido, através de uma torneira, límpido e puro. Este método foi reconhecido e incluído na Denominação de Origem Alentejo, pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), em 2011, ano em que foram produzidos 3.200 litros de vinho de talha. Sendo que em 2016 a produção chegou quase aos 44 mil litros e ultrapassou os 50 mil em 2017.

 

Imagem de capa de http://agriculturaemar.com

 

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