4 Fevereiro 2021      13:02

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Construção da linha férrea entre Évora e Elvas já teve início

Cerca de 80% do investimento previsto no programa Ferrovia 2020 encontra-se em fase de obra ou já está concluído, estando em curso ou contratação empreitadas de 1.010 milhões de euros, revelou o presidente da IP – Infraestruturas de Portugal.

Durante a conferência online “Portugal Railway Summit 2021”, António Laranjo adiantou à Lusa que o programa para a modernização da rede ferroviária portuguesa está “numa fase decisiva do seu desenvolvimento, na qual fica evidente a transição já concretizada do projeto para a obra”.

António Laranjo deu também destaque à “maior obra de construção de caminho de ferro deste século, entre Évora e Elvas, com execução no terreno”; à “reabertura da Linha da Beira Baixa entre a Covilhã e Guarda”; e ainda às intervenções na Linha do Norte, “a principal linha ferroviária do país”. A eletrificação da Linha do Minho, entre Viana do Castelo e Valença, assim como a modernização da Linha da Beira Alta, foram igualmente referidas.

Adicionalmente, o responsável indicou que, “atualmente, o quadro de evolução evidencia um franco desenvolvimento real”, acrescentando que 71% do esforço financeiro já se encontra em fase de obra (em contratação ou no terreno) e 8% já está concluído.

“Apesar de estarmos em pandemia há mais de 10 meses, inclusive com extensos períodos em que esteve em vigor o estado de emergência, é de salientar que nenhuma obra foi parada”, destacou António Laranjo.

O presidente da IP afirmou ainda que estão “em curso ou em contratação” um total de 1.070 milhões de euros, aos quais se somam “cerca de 200 milhões de euros de sinalização e telecomunicações, em contratação ou já em curso, no regime conceção/construção”.

Quanto ao PNI2030 (Programa Nacional de Investimentos 2030), que prevê um investimento global de 43 mil milhões de euros, o presidente salientou que, dentro do investimento de 22 mil milhões de euros, dirigido à área dos transportes e mobilidade, “a ferrovia é o modo com maior peso, com quase 50% deste montante”. Ainda segundo o responsável, “o PNI2030 complementa o Ferrovia 2020 e dá um salto disruptivo”.

Assim, se, por um lado, “o Ferrovia 2020 está especialmente vocacionado para o transporte de mercadorias e para as ligações internacionais, focando a sua ação na recuperação dos ativos”, por outro o PNI2030 “aposta no segmento de passageiros, designadamente no principal eixo estruturante nacional de Norte a Sul, contemplando investimentos disruptivos”.

António Laranjo recordou ainda que estão identificados “16 programas e projetos ferroviários, com um valor total de 10.510 milhões de euros, sendo que 13 dizem respeito à infraestrutura e três ao material circulante”.

“É um programa de investimentos ambicioso, mas que estamos empenhados em cumprir, estando a IP já a iniciar o desenvolvimento dos respetivos projetos”, disse António Laranjo, acrescentando que a empresa está também “a adaptar a sua capacidade produtiva, apostando no reforço e rejuvenescimento do capital humano”.

Neste sentido, foram já integrados 170 novos trabalhadores desde 2017, estando igualmente em curso “o mais importante programa de recrutamento na história da IP, num total de 215 novos trabalhadores”, referiu o responsável.

 

Fotografia de semmais.pt