Chão frio. Cabeça pesada. Alma cheia.
Mãos dormentes. Olhos tristes. Alma depressiva.
Espelho sujo. Canção aborrecida. Alma aflita.
Tempo zangado. Madrugadas infinitas. Alma doente.
Ainda bem que chegaste. Ansiava a tua visita. Deixa-me aclarar-te a mente: o fumo é verdadeiro. Nada dura para sempre. Vamos fugir. Correr até nos cansarmos. Dançarmos até morrermos. Chorar até doer.
Os meus lábios estão rosa quente e imploram por mais. As minhas maçãs de rosto estão melancólicas e afirmo com firmeza: Lembra-te de mim. A solidão tornou-se saudável. O tédio meu amante.
No meu vestido branco está refletido a noite suja que me abraça, ama e consola, não permitindo que arda. A lua está cansada de me ouvir implorar e as estrelas continuam a brilhar para mim.
A distância corta-me o ar.
Alma cheia. Alma depressiva. Alma aflita. Alma doente.