9 Maio 2023      13:44

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Cerveja artesanal submersa no Mar de Sines

Um lote de 200 garrafas de cerveja artesanal vai ser colocado no mar de Sines, a 12 metros de profundidade, para testar a influência “dos traços marítimos” e explorar o enoturismo subaquático.

“Já testámos [mergulhar] o vinho, as bebidas brancas, o mel, o azeite e só faltavam as cervejas”, afirmou Joaquim Parrinha, proprietário da Ecoalga, à agência Lusa.

De acordo com o empresário responsável pela gestão da Adega do Mar, no Porto de Sines, a ideia surgiu de um grupo alemão que tinha interesse em testar o desenvolvimento da cerveja artesanal no fundo do mar.

“Vamos mergulhar as garrafas até 12 metros de profundidade de forma a conseguir fazer algum acompanhamento da cerveja com os proprietários. Em princípio irão ficar durante seis meses a esta profundidade e, depois, consoante o produtor, vamos movimentar algumas caixas para zonas mais profundas”, explicou.

Estas cervejas vão ser separadas em dois lotes, ficando a maioria submersa “na Adega do Mar, no Porto de Sines”. As restantes vão ficar “em caixas de amostras” perto da Ilha do Pessegueiro, em Porto Covo, local onde vão ser desenvolvidas atividades de enoturismo subaquático.

Joaquim Parrinha revelou também que o grupo alemão se mostrou interessado “na caracterização das garrafas” que vão ficar dois anos no fundo do mar, disponibilizando a cerveja artesanal em “garrafas de vidro”, feitas num material parecido “à porcelana”.

“Como não há duas garrafas iguais vão tornar-se numa oferta única e exclusiva para os seus clientes”, sublinhou, acrescentando que isso se deve às “algas e à vida marinha que se fixa na garrafa, dando-lhe uma aparência única”, que faz “a ligação com o mar”.

“[A cerveja] traz algum gás e estamos curiosos com o que irá resultar, uma vez que tivemos resultados extraordinários com os espumantes e os vinhos verdes”, revelou o empresário, notando que, com o estágio no fundo do mar, as cervejas poderão tornar-se “mais macias” e ficar “com traços marítimos”.

“É uma produção exclusiva da empresa para colocar debaixo de água e ser testada nestas condições e, de futuro, quando a tirarmos vamos ver se funcionou para voltar a repetir”, anunciou.

Para além da Adega do Mar, uma “concessão até 12 metros de profundidade” que pode receber “eventos de enoturismo”, a empresa Ecoalga lançou, também há pouco tempo, a Adega da Profundidade, espaço onde as garrafas podem ser submersas “até aos 40 metros” para avaliar a forma como cada casta se desenvolve.

“Daqui vai sair um doutoramento que vai justificar que até determinada profundidade, determinada casta tem melhor evolução do que a outras profundidades”, notou.

A empresa Ecoalga é, atualmente, responsável pela gestão de uma adega de aproximadamente oito mil garrafas, de diversos produtores, encontrando-se submersos espumantes, gins, vinhos branco, tinto e rosé, aguardentes, medronho, moscatel, rum, vodca e uísque.

 

Fotografia de facebook.com