O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, afirmou ontem (27) que os cinco centros de saúde e as “cerca de 30 extensões” do Alentejo Litoral vão ser requalificados, através do financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), noticia a agência Lusa, citando o ministro, que falou aos jornalistas em Alcácer do Sal, no começo da iniciativa Saúde Aberta pelos vários concelhos da região do litoral alentejano, desenvolvida pelo Ministério da Saúde.
Sublinhando que o Alentejo Litoral, composto pelos concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Sines e Santiago do Cacém (distrito de Setúbal) e de Odemira (distrito de Beja), é uma área geográfica muito grande, que conta com “mais de 100 mil pessoas”, o ministro assumiu que “persistem problemas graves de acesso aos cuidados de saúde”.
“E nós vimos aqui precisamente dialogar e ouvir as pessoas, ouvir a população, ouvir os autarcas”, de forma a “tentar procurar soluções para melhorar o acesso à saúde, quer nos cuidados primários, quer nos cuidados hospitalares”, adiantou, acrescentando ainda que esta é igualmente “uma zona onde estão a ocorrer modificações muito significativas”, especialmente devido à imigração, fenómeno que se está “a generalizar em toda a região”.
“Essas pessoas são bem-vindas ao nosso país, nós precisamos delas, mas precisamos de criar condições para as acolher nos diferentes aspetos, com a dignidade necessária, nomeadamente na área da saúde e isso aumenta a pressão sobre o serviço de saúde, exige uma resposta própria que tem que ser agora articulada e tratada com todo o cuidado”, salientou.
De acordo com Manuel Pizarro, uma das prioridades passa pela área das infraestruturas, possibilitando o PRR financiar a requalificação dos centros e extensões de saúde e a aquisição, e colocação em funcionamento, de novos equipamentos.
“Por exemplo, viaturas de apoio domiciliário, que aqui são especialmente importantes. Dada a vastidão desta zona geográfica, o facto de haver muita população que vive de forma isolada e uma parte dessa população ser população idosa com dificuldade de mobilidade, essas viaturas também responder a estes problemas”, defendeu.
A “atração dos profissionais” de saúde é, no entanto, “uma questão mais complexa” para o ministro, que assumiu o compromisso de “procurar soluções que resolvem os principais problemas”.
“Um dos principais problemas que enfrentamos aqui é também o custo da habitação. Apesar de esta ser uma zona fora de um grande centro é uma zona onde, em função da pressão turística, o custo de habitação é muito elevado. Isso, naturalmente, cria muitas dificuldades na atração de profissionais”, explicou.
Ainda assim, o Ministério da Saúde encontra-se “a trabalhar com as estruturas de saúde, com a Unidade Local de Saúde” do Litoral Alentejano (ULSLA), pretendendo “fazê-lo também com as autarquias para criar condições de alojamento que facilitem a atração de profissionais”, adiantou.
A região do Alentejo Litoral conta com aproximadamente 105 mil utentes do Serviço Nacional de Saúde. Destes, “cerca de 17 mil não têm médico de família ou atendimento nos cuidados primários por médico próprio”, disse ainda Manuel Pizarro, que garantiu que vai encontrar-se uma “solução para aqueles que ainda não têm acesso a médico” em 2023.
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