26 Janeiro 2023      10:36

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Casa do Alentejo comemora 100 anos em Lisboa

A Casa do Alentejo em Lisboa comemora 100 anos e inicia hoje, quinta-feira, um programa de comemorações, com atividades culturais, grupos corais, gastronomia, exposições e uma sessão solene para o dia oficial da fundação, a 10 de junho.

De acordo com a agência Lusa, João Proença, presidente da Casa do Alentejo, revela que este será um ano inteiro de atividades que têm início hoje, com a apresentação da comissão de honra, com gastronomia regional, cante alentejano e a divulgação de um DVD com uma breve história da instituição.

Já no dia 10 de junho, em que se assinala formalmente a fundação da Casa do Alentejo, está prevista uma sessão solene, mas, ao longo do ano, será lançado um livro sobre o centenário, inaugurada uma escultura do escultor alentejano Jorge Pé Curto, exposições de fotografia e pintura e espetáculos.

As iniciativas têm o alto patrocínio da Presidência da República e fazem parte da comissão de honra mais de 100 personalidades, como historiadores, músicos, escritores e empresários, e entidades como a Câmara Municipal de Lisboa e a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, e outras autarquias alentejanas.

Note-se que a Casa do Alentejo foi planeada por comerciantes, farmacêuticos, homens dos ofícios, como barbeiros, que tinham vindo do Alentejo para Lisboa.

Segundo João Proença, apesar da recuperação, mantêm-se no palacete muitos dos elementos de há 100 anos. “Este pátio, estes salões, foram mesmo salas de jogos e salas de diversão. O casino tinha uma sala de festas que é o salão principal. Ainda hoje nós temos aqui algum mobiliário dessa data, mesas e cadeiras que acompanharam o jogo”, disse o responsável, salientando que, apesar da proibição, continuou a haver jogos até 1976/1977 na Casa do Alentejo, que funcionava como um clube privado, onde se entrava por conhecimentos e através de convites.

Com o 25 de Abril, a instituição abriu-se e teve “uma explosão”, chegando a ter mais de 3 000 sócios. Os jogos foram então proibidos, passando a existir mais atividade cultural, mas, tal como então, continua a ser preciso ser alentejano para se ser sócio-dirigente, com o objetivo de “manter a ligação à região”.

“Desenvolveram-se os grupos corais aqui, os bailes também nunca deixaram de existir, mas tiveram outro significado e passaram a ser todas as semanas ao domingo, [destacaram-se] a apresentação de livros e de mostras de artesanato e as autarquias do Alentejo passaram a vir muito mais à Casa do Alentejo. Neste ano em que estamos, nós prevemos que mais de metade dos municípios vão estar aqui na Casa do Alentejo”, refere o presidente, destacando que para fevereiro está prevista a feira do Queijo de Serpa e uma iniciativa da Câmara de Montemor-o-Novo.

 

Fotografia de lisboasecreta.co