16 Novembro 2020      16:09

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A cannabis medicinal

As diferentes variedades da planta canábis

A “cannabis” inclui três variedades diferentes: a cannabis sativa, a cannabis indica e a cannabis ruderalis. Todas possuem o mesmo centro de origem, mas adaptaram-se a diferentes regiões do mundo.

As plantas indica são robustas, com ramos grossos e folhas largas. O seu período de floração é relativamente curto e são conhecidas por produzir brotos grandes e densos. Têm alta concentração de canabidiol (CBD), o canabinoide não psicoativo que tem vindo a ganhar popularidade em função dos seus benefícios, como oferece a CBD Portugal, da Royal Queen Seeds.

Com um efeito relaxante, é utilizada na abordagem de doenças e condições de saúde como a insónia, dores de cabeça e dores musculares.

Ao contrário das plantas indica, as sativas são altas, têm folhas mais finas e ramos mais compridos e demoram muito mais tempo a florir em comparação com as indicas. Geralmente apresentam doses mais baixas de CBD e mais altas de THC, o que significa que os seus efeitos tendem a ser mais energéticos do que sedativos. Esta maior concentração de THC tem um efeito estimulante e terapêutico reconhecido no tratamento de várias doenças, como a ansiedade, a dor crónica e a epilepsia.

Já as plantas ruderalis não são amplamente utilizadas por não produzirem tantos efeitos. As suas baixas quantidades de THC e CBD não são suficientes para produção para efeitos medicinais.

 

O Alentejo e o potencial farmacológico das sementes de cannabis

As notícias sobre o cultivo de canábis no Alentejo parecem proliferar de ano para ano. Na verdade, só nos últimos dois a três anos Aljustrel, Campo Maior e Alqueva viram a instalação, assim como a expansão, de várias plantações de canábis para fins medicinais.

Não há dúvida que este é um negócio muito atraente do ponto de vista económico e financeiro – afinal, conseguem atingir-se os milhões de euros por hectare, um valor que nenhuma outra cultura consegue alcançar. Além disso, os postos de trabalho que são criados são uma mais-valia que valoriza a região.

Toda esta proliferação e crescimento das plantações de canábis em Portugal (e no Alentejo) é possível apenas devido à clareza da legislação e à despenalização do consumo de canábis para fins medicinais em junho de 2018. Mas a verdade é que ainda há muito preconceito em volta da canábis e do seu consumo. No que consistem estas plantações? Há deveras benefícios nas sementes de canábis? Vamos quebrar o tabu e desmistificar esta planta.

 

Quais os tipos de sementes que existem?

De facto, o que o público em geral muitas vezes desconhece é o alto potencial farmacológico que as sementes de canábis oferecem. Existem três tipos de sementes: regulares, feminizadas e automáticas. Enquanto que as sementes regulares têm 50% de chance de gerar uma planta fêmea ou macho, as sementes feminizadas são geneticamente manipuladas para produzir apenas plantas fêmeas para a obtenção de flores, ricas em canabinoides como o THC e CBD.

Normalmente, a maioria das plantas de canábis inicia o ciclo de floração quando o fotoperíodo (período de tempo em que são expostas à luz) é reduzido para 12 horas diárias. Contudo, a variedade ruderalis começa a florescer quando a planta atingir uma certa idade, independentemente da luz que receba – daí o termo “autofluorescentes” ou “automáticas”.

A verdade é que, independentemente do tipo de sementes a ser cultivado, o poder terapêutico e farmacológico da planta é inegável. Além de usada para fins medicinais, a canábis está presente em diversos produtos cosméticos, como óleos, cremes hidratantes, champôs e sabonetes. É por isso que esta planta oferece um potencial enorme no setor da saúde que deve ser explorado, e felizmente Portugal parece estar a reconhecer isso.

 

A zona privilegiada do Alentejo

O Alentejo reúne diversas condições que o tornam atrativo para novas empresas se instalarem e fazerem do nosso país um portal de entrada para o mercado europeu de canábis medicinal. O clima, as horas de exposição solar e as condições de regadio proporcionadas pela proximidade do Alqueva são ingredientes que contribuíram para a proliferação de plantações de canábis. No futuro, só poderemos esperar mais.