29 Julho 2021      14:59

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Cancro do pulmão continua a ser a doença oncológica que mais mata em Portugal

Os dados da World Health Organization (WHO) estimam cerca de 5,415 mil novos casos de cancro do pulmão em 2020, representando a principal causa de morte por doença oncológica no nosso País. Os últimos números dão conta de 4.797 mortes em 2020 por cancro do pulmão em Portugal. A propósito do Dia Mundial do Cancro do Pulmão, que decorre a 1 de agosto,  o Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão (GECP) alerta para a importância da prevenção e diagnóstico precoce da doença.

“Para além de constituir o cancro mais frequente no mundo, a incidência do cancro do pulmão aumenta a um ritmo de 0.5% por ano, o que significa que é preciso reforçar a sensibilização para este tipo de cancro, travando esta projeção”, esclarece a Dr.ª Teresa Almodôvar, presidente do GECP.

A maioria dos doentes são diagnosticados em estado avançado, uma vez que o tumor pode desenvolver-se durante bastante tempo sem dar sintomas. Apesar dos tratamentos inovadores que têm surgido nos últimos anos permitirem aumentar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida destes doentes, “a aposta na prevenção deve ser prioritária”.

“A incidência é três vezes superior nos homens que nas mulheres, mas com tendência para aumentar nas mulheres e estabilizar nos homens, refletindo os hábitos tabágicos da nossa sociedade”, explica a especialista.

Sabe-se que o tabaco é o principal fator de risco para o cancro do pulmão, já que 85 dos novos casos são detetados em pessoas que fumam ou fumaram. Assim, “somente com a eliminação do tabagismo é que os casos de cancro do pulmão podem ser reduzidos. Para apostar na prevenção do cancro do pulmão temos de começar pela cessação tabágica”, adianta a médica pneumologista. “Mesmo após o diagnóstico de cancro do pulmão, deixar de fumar faz toda a diferença”, acrescenta, “pois vai diminuir as queixas de tosse, falta de ar e cansaço, vai melhorar o estado nutricional da pessoa com cancro pulmão, vai permitir melhor tolerância aos tratamentos e ainda evitar o aparecimento de outras doenças e outros cancros”.

A especialista explica ainda que, para além do tabaco, “a contaminação ambiental, alterações moleculares também podem ser fatores de risco para cancro do pulmão,”. Sem esquecer o envelhecimento que representa, como em todos os cancros, um fator de risco. A este propósito, a Dr.ª Teresa Almodôvar comenta que “embora a mediana de idade dos doentes com cancro do pulmão seja cerca 70 anos, em adultos jovens a patologia está a aumentar”. 

É este o desafio lançado pelo GECP a todos os fumadores: “procurar ajuda especializada para eliminar totalmente a dependência do tabaco”, prevenindo o cancro do pulmão, mas não só, “melhorando todos os parâmetros de saúde e prevenindo o aparecimento de múltiplas doenças crónicas e agudas”.