11 Janeiro 2022      13:05

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Cabo submarino Medusa vai trazer mais 480 terabits a Sines

Norman Albi, diretor executivo da AFR-IX Telecom

O cabo submarino Medusa, cuja instalação está orçamentada em 326 milhões de euros, vai trazer mais 480 terabits para Sines, garantindo a ligação de 8700 quilómetros entre Carcavelos e Port Said, no Egito, e ainda diferentes localidades do Sul da Europa e do Norte de África.

Segundo o jornal Expresso, a instalação do novo cabo da AFR-IX Telecom está orçamentada em 326 milhões de euros e conta com financiamento do Banco Europeu de Investimento.

Além de Carcavelos e Sines, o traçado desenhado para o Medusa prevê amarrações em várias localidades de Espanha, França, Itália, Egito, Argélia e Marrocos. Destaca-se a ligação a Marselha, cidade francesa que alberga o principal conglomerado de pontos de amarração e infraestruturas ligadas aos cabos submarinos da Europa.

Há a expetativa, entre as autoridades nacionais, de que a ligação ao Mediterrâneo pode reforçar o valor estratégico da unidade de amarração de cabos e dos centros de dados que estão a ser projetados para Sines – e que teve na ligação à América do Sul garantida pelo recém-inaugurado Ella Link o primeiro tiro de partida.

Em declarações ao Expresso, Norman Albi, diretor executivo da AFR-IX Telecom, explica que “há uma combinação de fatores que nos leva a investir neste cabo: além de haver alguns cabos submarinos no Mediterrâneo que estão a chegar ao final do ciclo de vida (e que precisam de alternativas), sabe-se que o tráfego de telecomunicações gerado em África tem crescido a uma média de 55% por ano”.

Assim, a chegada de mais um cabo submarino pode funcionar como referência para os restantes operadores passarem a ter Sines no radar de futuros investimentos, que pretendem tirar partido da existência de interligações facilitadas para outras paragens.

Recorde-se que a estratégia nacional pretende atrair mais cabos submarinos, mas em Sines há a expetativa de juntar à amarração de cabos submarinos o potencial de um centro de processamento e armazenamento de dados que deverá começar a operar no final de 2022.

 

Fotografia de expresso.pt