23 Fevereiro 2016      12:02

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BREXIT

Mais uma vez o fantasma do abandono britânico do projecto europeu assombra a estabilidade da União, criando um clima de incerteza e receio das consequências que a separação pode trazer para o futuro do Velho Continente.

O Reino Unido sempre se mostrou resistente em relação a muitos assuntos e políticas da União Europeia (UE), assumindo tomadas de posição que acabavam por se distanciar do caminho que países como França e Alemanha pretendiam seguir.

Para honrar a sua promessa, David Cameron vai avançar com o referendo sobre a permanência na União Europeia, apesar de se apresentar como defensor do “sim” à Europa (mesmo com todas as divergências). Não vai contar com a vida facilitada, tanto pelas vozes insurgentes que criam divisão no seu partido (Boris Johnson, presidente da Câmara de Londres), defendendo a saída da UE, como por algumas sondagens que revelam uma opinião da maioria favorável ao abandono do Reino Unido.

Na presente conjuntura, quais serão as consequências da saída do Reino Unido em termos de impacto nos mercados, no orçamento europeu, na imigração ou na estabilidade política da União Europeia?

Será assim tão bom para o Reino Unido cortar abruptamente com a União Europeia? Não perderá influência a nível internacional? Não se ressentirão as instituições financeiras? Não haverá mais desemprego? Não será mais forte uma Europa unida?

A agravar esta situação veio a ameaça da Escócia que, num cenário de um possível brexit (saída do Reino Unido da União Europeia), anunciou que irá promover um novo referendo à independência do país, uma vez que é intenção do governo e da maioria dos escoceses permanecerem na UE.

Do meu ponto de vista, a resposta a estas questões está na continuidade de uma Europa unida, assente na cooperação entre países para resolver os problemas do continente e dos Estados soberanos que dele fazem parte, tanto a nível económico-financeiro como político ou geoestratégico.

A UE precisa de reformas para resolver dificuldades de funcionamento, para criar mais justiça entre os Estados-membros e para criar desenvolvimento, sendo importante construir bases de entendimento internas para afirmar um projecto forte e credível, esta é a única forma de afirmação num mundo em que, cada vez mais as forças de produção estão a ser transferidas para outros continentes.

Imagem daqui.