3 Maio 2022      08:46

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Beja acolhe 30 famílias refugiadas da Ucrânia

Paulo Arsénio, presidente da Câmara Municipal de Beja

Cerca de 30 famílias refugiadas da Ucrânia vão ser acolhidas na cidade de Beja, ao abrigo do programa “Porta de Entrada” e com o apoio de várias instituições.

Em declarações à agência Lusa, Paulo Arsénio, presidente da Câmara Municipal de Beja, revelou que se trata de “um grupo de refugiados provenientes da Ucrânia e composto por cerca de 30 famílias, constituídas sobretudo por mulheres e crianças”.

O autarca disse ainda que o município aguarda “indicações” do Alto Comissariado para as Migrações (ACM) sobre quantos refugiados em concreto vão ser acolhidos em Beja e quando chegarão, vincando que poderão ser “até um máximo de 90”.

Paulo Arsénio informou que os refugiados vão ficar alojados em dois hotéis da cidade, ao abrigo do Porta de Entrada – Programa de Apoio ao Alojamento Urgente e com apoio do ACM e do município.

O Porta de Entrada financia “cerca de 90%” do valor da estadia por quarto nos dois hotéis e a autarquia vai comparticipar o restante.

Segundo o autarca, o município já realizou reuniões de preparação do acolhimento com várias entidades parceiras com intervenção na área da migração para que os refugiados possam ter “um acolhimento digno” em Beja.

“Todas as questões estão a ser acauteladas para que possam permanecer em segurança, aceder aos cuidados básicos e iniciar a sua integração”, indicou, sublinhando tratar-se de “um acolhimento temporário”.

Além disso, de acordo com a Câmara de Beja, o acompanhamento dos refugiados será assegurado por técnicos do município e do Centro Nacional de Apoio à Integração de Migrantes (CNAIM).

O acompanhamento contará com a colaboração da Associação ESTAR e da Cáritas de Beja, bem como de equipas multidisciplinares criadas no âmbito do projeto “+ Sucesso Educativo no Baixo Alentejo” e do Contrato Local de Desenvolvimento Social 4G.

A alimentação e a disponibilização de bens de primeira necessidade serão articuladas com a Associação Estar e a Cáritas de Beja.

O emprego dos refugiados adultos é também um “fator que preocupa o município” e, por isso, em breve, serão promovidas outras reuniões para apoiar e garantir a procura ativa de emprego. Este apoio será prestado através do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), de projetos na área da empregabilidade e da articulação com empresas locais, referiu a autarquia.

Segundo Paulo Arsénio, as crianças em idade escolar serão integradas em escolas e está a ser preparado um espaço para os mais novos, onde poderão ser dinamizadas atividades de ocupação de tempos livres e no âmbito do Programa Português para Todos.

O autarca fez ainda notar que a Câmara de Beja, logo que começaram a chegar a Portugal ucranianos fugidos da guerra na Ucrânia, “disse, claramente, que não tinha casas para acolher refugiados”. Entretanto, “mecanismos legislativos que o Governo disponibilizou abriram a oportunidade de alojamento [de refugiados] através de unidades hoteleiras”, explicou.

“A Câmara de Beja explorou a possibilidade de por unidades hoteleiras à disposição de famílias referenciadas para serem acolhidas em Beja e, de imediato, decidiu participar nesta solução de acolhimento e coordená-la”, disse, sublinhando estar “confiante de que vai correr tudo bem”.

 

Fotografia de radiopax.com