O Lince Ibérico, um dos últimos símbolos da nossa vida selvagem, esteve à beira de desaparecer até ao final do século XX, quando restavam apenas cerca de 100 exemplares. O país suspendia a respiração sempre que passava algum tempo sem que desse sinal, e estarrecia quando sabia que o tinham visto algures, errante e distante da sua principal ameaça, o homem.
Hoje é ainda um dos felinos mais ameaçados do mundo, que esteve classificado como “Em Perigo Crítico de Extinção” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e agora “Em Perigo de extinção” em Portugal, o que já considerado um sinal positivo.
Trata-se do único grande mamífero carnívoro endémico da Península Ibérica e o mais ameaçado da Europa, mesmo que a sua população hoje já ronde os 600 exemplares, resultado de programas como o Life+Iberlince, um projeto Luso - Espanhol de conservação do Lince-Ibérico, cofinanciado pela União Europeia em 35 milhões de euros, dedicados tanto ao repovoamento, como à sensibilização de portugueses e espanhóis que, aos poucos, vão devolvendo esperança à espécie.
E é precisamente aí que se enquadra o I Trail Iberince de Barrancos, uma prova que conta com cerca 600 participantes no próximo dia 18 de novembro e procura segundo a organização "sensibilizar o público para a conservação do nosso, tão querido, Lince-Ibérico, uma das espécies mais ameaçadas a nível mundial".
O Trail decorre nas zonas historicamente habitadas pelo Lince - tem troços em Portugal e em Espanha e está integrada na Lacatoni Taça de Portugal de Trail, prova do calendário da Associação de Trail Running de Portugal (ATRP). O tetra-campeão Europeu de corta-mato e natural de Barrancos, Paulo Guerra, vai ser homenageado na iniciativa.
Longa vida ao Lince Ibérico.