15 Fevereiro 2023      13:11

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Barragem do Pisão vai ser “motor de desenvolvimento” na região do Alto Alentejo

Maria do Céu Antunes, Ministra da Agricultura e da Alimentação

A ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, afirmou ontem (dia 14) que a futura Barragem do Pisão, no concelho de Crato, que vai contar com um sistema de regadio “construído de forma pioneira”, será o “motor de desenvolvimento” de Portalegre, noticia a agência Lusa.

De acordo com a mesma fonte, este projeto, que representa um investimento de “cerca de 120 milhões de euros”, vai dar origem a uma albufeira que vai contar com “uma capacidade de armazenamento de cerca de 120 hectómetros cúbicos”, adiantou ainda a ministra, durante uma visita à ribeira de Seda, local onde vai ser feita esta construção.

A governante acrescentou ainda que estão também incluídos neste projeto “mais 47 milhões de euros para a rede de rega”.

“Vai claramente ser um motor de desenvolvimento para um território como este, que é muito fragilizado do ponto de vista social, do ponto de vista económico e também do ponto de vista ambiental”, considerou.

Durante a visita que fez ao concelho do Crato, Maria do Céu Antunes deslocou-se também à aldeia de Pisão e conversou com vários dos moradores desta aldeia que vai ficar submersa quando a barragem for construída.

O final da visita ficou marcado pela cerimónia de entrega do Projeto de Execução de Infraestruturas de Regadio do Aproveitamento Hidroagrícola do Crato (conhecido como Barragem do Pisão) à Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA), que se realizou no Mosteiro de Flor da Rosa.

Enquanto falava aos jornalistas presentes no local, a titular das pastas da Agricultura e da Alimentação recordou que “são 55.000 pessoas [e] são 15 concelhos [do distrito] que há muito aspiram por ter um sistema como este, que tem três funções”.

Uma destas funções passa pelo “reforço do abastecimento [de água para consumo] humano”, apontou, referindo que outra função é “a produção de energia limpa fotovoltaica”, que vai dar resposta a 60% das necessidades da região e contribuir para a redução em 80% das emissões de gases com efeito estufa.

Através desta barragem, vai ser possível “regar cerca de 5.500 hectares e, com base nisso, diversificar a atividade económica, seja por via da produção primária, seja depois por via da transformação do turismo, do agroturismo, de tudo o que lhe está associado”, concluiu, lembrando também que o investimento para este projeto é proveniente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que “está a começar a dar os seus passos de afirmação territorial” com o propósito “de criar condições para promover a igualdade de oportunidades a todos os territórios”.

“E, do ponto de vista agrícola, queremos mesmo utilizar este novo sistema de regadio aqui a ser construído de forma muito pioneira, para trabalharmos esta dimensão do uso sustentável da água, garantindo a eficiência desde a captação à distribuição e, depois, ao uso na parcela agrícola”, explicou a ministra.

Maria do Céu Antunes deixou ainda a garantia de que vai haver igualmente capacidade para ter em conta as características do solo desta região, “algum dele bastante pobre”, e utilizar ferramentas ligadas a uma produção sustentável, “desde a agricultura biológica à agricultura baseada numa produção integrada ou até mesmo uma agricultura regenerativa”.

Hugo Hilário, presidente da CIMAA, entidade responsável pelo projeto, afirmou ter “a certeza absoluta” de que a Barragem do Pisão vai “fazer a diferença para melhor” naquela região.

Está previsto que as obras de construção desta barragem tenham início ainda este ano e que o fecho de comportas e o início do enchimento da albufeira ocorram até ao final de 2025.

 

Fotografia de observador.pt