23 Abril 2021      09:56

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Barragem do Pisão prevê 120 milhões em versão final para Bruxelas

O projeto de construção da Barragem do Pisão, no Crato, consta na versão final do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) com um montante de 120 milhões de euros, tendo sido enviado na passada quinta-feira por Portugal à Comissão Europeia.

De acordo com a Lusa, o Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato (Barragem do Pisão) está previsto que envolva, no total, cerca de 171 milhões de euros.

Recorde-se que, na versão inicial do PRR divulgada em fevereiro, o Governo aludia aos 171 milhões, mas, nesta versão final, inscreveu 120 milhões para o projeto, já que foram subtraídos desta fonte de financiamento cerca de 51 milhões de referentes à construção de uma central fotovoltaica.

Em declarações à agência Lusa, Hugo Hilário, presidente da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA), explica que “estão 120 milhões de euros aprovados no PRR para o Pisão”, enquanto “a central fotovoltaica, que está avaliada em cerca de 51 milhões de euros, fica de fora do PRR”.

Para assegurar a valência da central “é outro sistema de financiamento à parte”, ou seja, “entra num leilão de energia”.

A central solar, com a instalação de painéis fotovoltaicos no espelho de água da albufeira, vai servir para produzir energia elétrica, e, com a alteração no projeto, vai ser criada através da realização de um leilão de energia, processo utilizado em todas as outras centrais desta natureza.

O CIMAA refere ainda que a central “continua a fazer parte” do projeto e “contribuirá” para a componente de redução de emissões, conforme o Plano Nacional de Energia e Clima.

Já no passado dia 16 de abril, durante a apresentação do PRR em Coimbra, o ministro do Planeamento, Nelson de Souza, referiu a “necessidade de ajustar o financiamento disponível” no que toca a um “dos investimentos ligados à Barragem do Crato”, ou seja, à “componente de exploração da energia solar”.

Este ajuste prende-se com “razões que têm a ver com a capacidade de esse projeto gerar as suas próprias fontes de financiamento”, explicou, na altura, o ministro.

O contrato para a realização dos estudos que antecedem a empreitada de construção da Barragem do Pisão já foi assinado e conta com um investimento de 950 mil euros, devendo estar concluído no final do ano, anunciou anteriormente a CIMAA.

Assim, o projeto do Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato, na bacia hidrográfica do Tejo, contempla, entre outras componentes, a construção da barragem, uma central mini-hídrica, canais da estrutura de regadio para a agricultura, sistema de abastecimento público de água ou o realojamento da população da aldeia do Pisão.

Quanto à barragem, vai proporcionar uma capacidade de armazenamento de 114 milhões de metros cúbicos (m3) de água, considerada “fundamental” num quadro de alterações climáticas, além de estar previsto que abranja uma área de regadio de 10 mil hectares.

Com um espelho de água de sete quilómetros quadrados, a barragem prevê produzir energia suficiente para abastecer 75% da população do distrito de Portalegre.

 

Fotografia de agroportal.pt