9 Abril 2019      19:16

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Barragem do Pisão mais perto de ser realidade a partir de hoje

A Barragem do Pisão está mais perto de ser realidade a partir de hoje.

Foi hoje publicado em Diário da República o Despacho nº 3939/2019 onde os Ministérios da Economia e Agricultura autorizam a criação de um grupo de trabalho para proceder à avaliação técnico-financeira da Barragem do Pisão.

O projeto da Barragem do Pisão está pensado e desenhado há mais sessenta anos e, a ser construída, será junto à pequena aldeia do Pisão - que desaparecerá como desapareceu a Aldeia da Luz em Alqueva.

Prevê-se que tenha um custo total de 100 milhões de euros e já foi anunciada pelo menos 3 vezes, nunca tendo saido do papel. Mário Soares, António Guterres e Durão Barroso enquanto primeiros-ministros apresentaram-na como uma obra que se concretizaria, mas nada aconteceu.

Os últimos anos de seca têm aumentado a pertinência desta obra. Já em 2016 houve consenso total na Assembleia da República para incluir o projeto hidráulico de fins múltiplos do Crato (Barragem do Pisão) nas prioridades de investimento em regadio. Todos os partidos votaram favoravelmente o projeto de resolução, apresentado então pelo PCP.

Todos os partidos políticos parecem defender que a construção da Barragem do Pisão poderá fomentar fortemente a atividade agrícola, agroalimentar e turística da região, já que o projeto inicial prevê a cobertura de nove mil hectares, beneficiando os concelhos do Crato, Alter do Chão, Portalegre, Avis e Fronteira.

Em 2013, os autarcas dos 15 concelhos de Portalegre clamavam por fundos comunitários para a obra poder avançar. Mas, até hoje, a Barragem do Pisão não tinha passado disto -já esperou tanto como Alqueva – mas o Despacho de hoje vem dar uma nova esperança aos desejos das populações norte-alentejanas.

A Barragem do Pisão é considerada um projeto estratégico prioritário para o desenvolvimento da região e que pode alavancar não só o sector primário como todos os restantes sectores, potenciando o emprego, a economia, a fixação dos jovens, o combate à desertificação e o combate ao envelhecimento das populações, invertendo a tendência negativa da situação socioeconómica sentida em grande parte dos concelhos do distrito de Portalegre.

A construção da Barragem do Pisão pode vir a fazer reserva de cerca de 114 milhões metros cúbicos de água, moderando assim os impactos dos períodos de seca extrema, tanto para a agricultura, como para as populações, garantindo o abastecimento público de 8 concelhos do distrito de Portalegre (Alter do Chão, Avis, Crato, Fronteira, Gavião, Nisa, Ponte de Sor e Sousel) até agora dependente da barragem de Póvoa e Meadas e que apresenta já graves problemas, tanto ao nível da qualidade de água, como a nível de segurança das infraestruturas, com fissuras no paredão da barragem e assoreamento da albufeira.

Em 1957, o Plano de Valorização do Alentejo, contemplava já a criação de grande lago para o Baixo Alentejo - o Alqueva atual e que serve também o Alentejo Central - e um lago mais pequeno para o Norte Alentejo – a Barragem do Pisão e que permitiria irrigar cerca de 10.000ha de terra.

 

Fotografia de Luis Ramos em publico.pt; antes da construção da Barragem de Alqueva

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