11 Fevereiro 2022      12:21

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Autarca de Almodôvar defende barragem na ribeira de Oeiras

António Bota, presidente da Câmara Municipal de Almodôvar

O presidente da Câmara de Almodôvar, António Bota, defendeu a construção de uma barragem na ribeira de Oeiras, que atravessa o concelho, para combater a seca e garantir o abastecimento público em três municípios.

Em declarações à agência Lusa, o autarca considerou que a barragem tiraria partido do troço da ribeira de Oeiras, um afluente do rio Guadiana, que passa na zona da herdade da Camacha, entre as estradas nacionais 2 e 237.

Essa barragem “serviria para apoiar e reforçar o abastecimento de água que vem” da albufeira do Monte da Rocha, no concelho de Ourique, “e para abastecer por condições naturais” os concelhos alentejanos de “Almodôvar, Castro Verde, Mértola e até o Algarve”, justificou.

O presidente acrescentou ainda que a nova albufeira poderia, igualmente, permitir que a ribeira de Oeiras pudesse “ter um curso ecológico de água” para abeberamento de animais “até ao rio Guadiana”, o “que não existe neste momento”.

António Bota lembrou que a construção desta barragem esteve, “há 30 anos”, sobre “a mesa”, acabando por não avançar por questões ambientais.

Mas trata-se de um investimento que faz agora sentido e que “seria uma mais-valia” para a região “em termos naturais, ecológicos e de fauna”, segundo o autarca. “Temos que começar a pensar o que vai ser o nosso distrito daqui a 20 anos e começar a fazer obras e construções hoje”, frisou.

Neste sentido, “continuo a defender a barragem de Oeiras como uma solução de recurso hídrico para toda a região”, pois, “quando a água não cai do céu faz-nos uma falta imensa e, quando cai e não é aproveitada, continua a fazer a mesma falta”, disse.

Se a construção da barragem não avançar, o presidente da Câmara de Almodôvar considerou que a solução para o problema da seca na região é “ligar todas as barragens do país umas às outras”, para “permitir que onde chove mais possa encher as barragens do sul”.

Recorde-se que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) revelou, em janeiro, que se verificou “um agravamento muito significativo da situação de seca meteorológica, estando no final do mês todo o território em seca, com 1% em seca fraca, 54% em seca moderada, 34% em seca severa e 11% em seca extrema”.

Além disso, na passada terça-feira, a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, que junta 13 dos 14 municípios do distrito de Beja, elencou um pacote de 16 medidas a apresentar ao governo para mitigar os efeitos da seca na região.