27 Fevereiro 2018      14:17

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Alta Velocidade Évora: Município defende que "não precisamos de fazer as coisas à pressa"

A Comissária Europeia dos Transportes, a eslovena Violeta Bulc desloca-se ao Alentejo em Março para assistir ao arranque das obras ferroviárias da alta velocidade que ligarão Évora-Elvas e Elvas-Fronteira, dois troços que perfazem um total de 91 quilómetros do chamado Corredor Internacional Sul, cujo investimento ronda os 400 milhões de euros. A notícia foi avançada pelo "Expresso" que adianta também que o Governo pretende "mostrar o empenho em recuperar dos atrasos ferroviários do país e do próprio Plano Ferrovia 2020".
 
Carlos Pinto de Sá (CDU), presidente do município de Évora e a braços com um problema ao nível do traçado desta linha e que poderá ter impacto na cidade reagiu hoje no "Diário do Sul" defendendo que a notícia é boa mas que o traçado da alta velocidade deve merecer reflexão profunda e não deve colocar em causa "questões como o ordenamento do território ou o desenvolvimento de Évora e do Alentejo". Para o autarca "vai haver dinheiro para este projeto e não precisamos de fazer as coisas à pressa", defende.
 
O Ministério do Planeamento e das Infraestruturas tem vindo a garantir que não existem motivos para contestação da autarquia, primeiro porque e em vez de 60 comboios referido pela autarquia, estima que ali passem apenas 14 comboios diários. E garante também que o tráfego de mercadorias perigosas não será relevante e que a questão do ruído será acautelada mantendo este dentro dos limites legais, através de carris de barra longa soldada, que não causam atrito com os rodados dos comboios, e da utilização de "manta vibratória", para absorver vibrações e ruídos com a passagem dos comboios. Para além disso a linha será eletrificada, logo, com comboios mais silenciosos.

O Governo garantiu também em 2016 que não haveria nenhuma passagem de nível em toda a linha, mas passagens superiores e inferiores, o que anularia qualquer efeito de barreira da via férrea na cidade e admitiu que os comboios de passageiros também pudessem a vir a utilizar aquela linha.

Em 2017 e dada a oposição da autarquia à proposta inicial de traçado, a Infraestruturas de Portugal (IP) apresentou três alternativas ao traçado inicial junto a Évora da futura linha ferroviária de mercadorias entre Sines e Caia.

Desde então o troço de 9 quilómetros Évora - Évora Norte está suspenso, assim como a modernização entre Elvas e a fronteira do Caia, troço cujos 11 quilómetros já deviam estar concluídos em dezembro passado, mas cujas obras ainda não arrancaram, prevendo-se que tal aconteça no próximo mês de março.

Imagem de capa de emgiropelaitalia.com