19 Junho 2019      13:45

Está aqui

Alqueva precisa de 250 mil toneladas de fertilizantes naturais para salvar solos

A destruição do solo no Alentejo é galopante e só o adubo orgânico a pode parar, afirma Carlos Dias, numa peça que assina hoje no Público, onde defende que os solos agrícolas no Alentejo estão cada vez mais pobres por causa da atividade agrícola e se não receberem rapidamente fertilizantes orgânicos os fenómenos erosivos vão acelerar com as práticas do regadio.

O jornalista lembra que o primeiro impacto pesado nos solos alentejanos foram as campanhas do trigo a consumir o húmus dos solos.. Agora as culturas intensivas vieram acelerar a erosão e colocar aos agricultores um desafio que exige resposta imediata: se não regressarem ao uso de fertilizantes orgânicos, baseados nos subprodutos agrícolas, a terra perde o que lhe resta de nutrientes naturais.

Para contrariar isso, foi dado o primeiro passo para aproveitar destes desperdícios das culturas. A monitorização do solo realizada pela Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA) desde 2009 indica que os teores de matéria orgânica no solo em todo o Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva (EFMA) estão entre 0,7% e 1% quando, em circunstâncias normais, deveriam situar-se entre os 3% e 4%.

Para colmatar uma tão grave lacuna colocou a EDIA perante a necessidade de avançar com um projecto inovador e em larga escala: produzir num horizonte temporal de uma década cerca de 250 mil toneladas de fertilizantes naturais para devolver a 80 mil hectares de áreas regadas por Alqueva o que lhe foi retirado em matéria orgânica que alimentou a produção agrícola. Os terrenos em torno de Alqueva geram cerca de 500 mil toneladas de subprodutos orgânicos (restolhos, palhas, restos de podas, folhas, bagaços, etc), que até agora têm sido deixados no terreno ou queimados. Fazer a sua compostagem parece ser o caminho a seguir.

 

Siga o Tribuna Alentejo no  e no Junte-se ao Fórum Tribuna Alentejo e saiba tudo em primeira mão