15 Abril 2021      10:39

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Alqueva está “longe de esgotar o seu potencial”

José Pedro Salema, presidente do Conselho de Administração da EDIA

José Pedro Salema, presidente do Conselho de Administração da EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, defendeu, na última conferência do ciclo “Conhecer para Decidir, Planear para Agir”, que a água disponibilizada pelo sistema tem sido utilizada com técnicas eficazes, permitindo recordes de produção, mas está ainda longe do seu potencial.

Durante uma apresentação que tinha como tema o “Pacto Ecológico Europeu, do Prado ao Prato”, José Pedro Salema, citado pelo Jornal Económico, enumerou as medidas que têm sido seguidas para assegurar uma agricultura sustentável, no quadro do Alqueva, e otimizar recursos.

Assim, de acordo com o responsável, com 65 mil hectares de olival e 15 mil hectares de amendoeiras, o Alqueva contribuiu decisivamente para os recordes de produção de azeite e de amêndoas batidos no ano passado – calculando que cerca de 100 mil das 140 mil toneladas de azeite tenha tido origem nesta área do Alentejo.

Contudo, o responsável da EDIA realçou que isso está a ser conseguido com técnicas de regadio “dos mais eficazes que existem”, ao ponto de o sistema de rega gota a gota permitir que mais de 90% da água seja absorvida pelas raízes das árvores e plantas, tornando-se essencial “evangelizar os clientes” para a utilização das melhores técnicas.

Outras medidas em estudo incluem a substituição de toda a frota de veículos da empresa, uma vez que a sua eletrificação permite uma eficiência energética três vezes superior aos dos motores de combustão a diesel, havendo já um grande esforço de instalação de painéis fotovoltaicos.

José Pedro Salema refere ainda que a diminuição das despesas “faz sentido mesmo para gestores sem preocupações ambientais”.

Com o Alqueva ainda a cerca de 70% do potencial de utilização de água para a agricultura sem pôr em causa a sustentabilidade do sistema, o presidente da EDIA defende que “quanto maior é a empresa maior é a sua responsabilidade para transformações que são necessárias”.

Note-se que o ciclo de conferências “Conhecer para Decidir, Planear para Agir” é promovido pela Lusomorango, a maior organização de produtores portuguesa do setor das frutas e legumes, e pela Universidade Católica Portuguesa.