13 Março 2016      11:38

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ALQUEVA 5 ESTRELAS COM DEDO DE SOUTO MOURA

Longe vão os tempos dos grandes latifúndios alentejanos. Como sinal desses tempos ficaram herdades com casarios que se assemelham em tamanho a qualquer aldeia típica. A herdade de S. Lourenço do Barrocal, em Reguengos de Monsaraz é um desses exemplos.

Mas em lugar de ceder à passagem do tempo e ser algo pouco mais que ruínas e memória, um investimento de cerca de nove milhões de euros - perto de 5,5 milhões de apoios comunitários – a família proprietária da herdade e a família António Menano, criaram um projeto de uma unidade hoteleira de excelência, a primeira de cinco estrelas do Lago Alqueva.

Há mais de 200 anos que esta herdade de 780 hectares e inúmeros vestígios arqueológicos - 16 antas e um menir do Neolítico com cerca de 7000 anos – e com o Alqueva a tocar a sua área geográfica que está nas mãos da mesma família. Com ou sem Alqueva, este projeto iria avançar, mas com a existência do “Grande lago” ou projeto potenciou-se ainda mais.

Renascida, a herdade tem agora ao dispor um restaurante, uma adega e um hotel de cinco estrelas com 24 quartos, 16 casas turísticas, spa, piscina, além de um centro hípico e outras valências. Além de tudo isto, é produtora de vinho e de produtos biológicos regionais como cereais, carne e azeite; dispões de 60 hectares de olival e 15 de vinha.

Se acha que não é suficiente o projeto arquitetónico da herdade ficou a cargo de nomes como português Souto Moura – vencedor do “óscar” da arquitetura, o Prémio Pritzker de Arquitetura 2011 - e do inglês John Pawson – um dos expoentes máximos da expressão simples e minimalista.

José António Uva, administrador da empresa promotora, à LUSA referiu sobre a escolha de Souto Moura que é "provavelmente a pessoa em Portugal que tem mais experiência em reabilitação e maior conhecimento do património arquitetónico" e que isso "Permitiu recuperar edifícios que têm agora novas funções, mas que mantêm a sua personalidade, caráter e essência, que é a arquitetura popular do Alentejo".

José Calixto, presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz, referiu que este é mais um investimento muito importante no concelho e que os responsáveis conseguiram fazer “uma recuperação magnífica de um monte que tem uma história no concelho e que alarga horizontes em relação à oferta turística de Reguengos de Monsaraz" em declarações à mesma agência 

noticiosa, acrescentando que este complexo turístico vem dotar o concelho de uma gama turística mais alta de estadia e que, até ao momento, não dispunha.

Já contratadas estão cerca de 50 pessoas, a maior parte da área geográfica adjacente ao monte, e já foram realizadas 

parcerias com produtores e artesãos da região, para fornecerem o restaurante ou a loja com a intenção de valorizar a agricultura e recuperar "o sentido de comunidade" que herdade tinha nos seus tempos áureos de complexo agrícola e chegaram a trabalhar cerca de 100 pessoas.

O projeto, segmentado em várias fases, está ligado a um crescimento sustentado, pelo que a construção de várias casas de turismo residencial que ficarão, por agora, em “stand-by” e a sua construção dependerá da resposta do mercado.

 

Imagem de capa projeto de John Pawson daqui

Imagens daqui, daqui e daqui