Das 1073 vagas que o Ministério da Saúde colocou a concurso para contratar recém-especialistas para as áreas hospitalares e de saúde pública em julho, apenas 697 foram ocupadas (65%), sendo o Alentejo a região que apresentou uma percentagem mais baixa de vagas ocupadas.
Os dados, da Administração Central do Sistema de Saúde (ACCS) e citados pelo jornal Público, ditam ainda que as mais de mil vagas do concurso lançado para a contratação de jovens médicos que terminaram a especialidade na primeira fase repartiram-se entre 1041 para as várias áreas hospitalares e 32 para a área de saúde pública. Em simultâneo foram também colocadas a concurso vagas para contratar recém-especialistas de medicina geral e familiar. Das 459 vagas para médicos de família, 180 ficaram desertas.
No total, o Ministério da Saúde colocou a concurso 1532 vagas para contratar médicos que terminaram este ano a especialidade, mais 147 em comparação com o ano passado. Na altura, o ministério referiu em comunicado que este concurso representava “a maior evolução do número de vagas nos últimos anos, com um aumento de cerca de 10,6% dos postos de trabalho em relação ao ano passado”.
Note-se que, nos últimos anos, o Governo tem disponibilizado mais vagas do que o número de médicos a terminar a especialidade com o objetivo de atrair profissionais que não estejam vinculados ao SNS.
Já para os hospitais e saúde pública, tal como no ano passado, 37,6% das vagas também não foram ocupadas.
O número de médicos a concorrer foi inferior às vagas lançadas e as que acabaram por ser efetivamente ocupadas são ainda menos, já que mais de um quinto dos candidatos acabou por não preencher qualquer lugar.
“Ao procedimento concursal, aberto pelo aviso de abertura nº 12330-A/2021, foram candidatos 904 médicos, 879 para a área hospitalar e 25 para a área de Saúde Pública. No total foram ocupadas 697 vagas, 674 na área hospitalar e 23 na área de saúde pública”, disse a ACSS.
Segundo o mesmo organismo, “a região que apresentou uma percentagem mais baixa de vagas ocupadas foi o Alentejo, quer para a área Hospitalar, quer para a área de Saúde Pública”.
A ACSS referiu também que “a colocação dos médicos recém-especialistas é da competência de cada unidade hospitalar, no caso da área hospitalar, e de cada ARS [Administração Regional de Saúde], no caso das áreas de saúde pública e MGF [medicina geral e familiar]”.
Das cerca de quatro dezenas de especialidades, foram poucas as que tiveram igual número de candidaturas submetidas e vagas ocupadas: cirurgia cardíaca, cirurgia maxilo-facial, cirurgia pediátrica, genética médica, medicina do trabalho, neurocirurgia e urologia. Já medicina interna (134 candidaturas, 104 vagas ocupadas), anestesiologia (65 candidaturas, 52 vagas ocupadas), ortopedia (39 candidaturas, 29 vagas ocupadas), pediatria (61 candidaturas, 44 vagas ocupadas) e neurologia (33 candidaturas, 20 vagas ocupadas), entre muitas outras, não conseguiram cativar todos os candidatos.