A ONU apresentou, na passada segunda-feira, o aviso mais severo de sempre da comunidade científica mundial sobre os efeitos das emissões de gases de estufa e consequentes alterações climáticas.
O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) aponta o Mediterrâneo, incluindo Portugal, como uma das regiões mais vulneráveis do mundo às alterações climáticas. O Alentejo poderá ser a região mais afetada.
De acordo com a Associação ZERO, citada pela TVI 24, “a situação de Portugal é agravada pela exposição a eventos meteorológicos extremos, como ondas de calor conjugadas com secas associadas a condições de enorme redução da humidade e à subida do nível do mar (fatores que causam potenciais cheias e galgamentos costeiros)”.
De forma mais específica, a ZERO detalha que, em Portugal, as alterações climáticas “deverão ser cada vez mais uma prioridade nacional”, pois a região Mediterrânica (e sua interseção com o Atlântico) apresenta-se como uma zona geográfica de maior vulnerabilidade aos efeitos adversos das alterações climáticas.
Entre os dados avaliados pela ZERO, Beja poderá ser a zona mais afetada pelo aquecimento global, em que a subida poderá ser 1,8 graus, o dobro da média de Madrid. No caso de o aquecimento do planeta ser de quatro graus em 2100, o aumento da temperatura em Beja poderia chegar aos 4,6 graus.
“Isto é, a temperatura no verão subirá sempre e bem acima do eventual aumento global”, explica a associação.
Note-se que o estudo da principal organização que estuda as alterações climáticas, elaborado por 234 autores de 66 países, foi o primeiro a ser revisto e aprovado por videoconferência.
Fotografia de tripadvisor.com