16 Novembro 2021      08:31

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Alentejo recupera receitas turísticas dos meses de verão pré-pandemia

O Alentejo foi a única região que, nos meses de verão, conseguiu superar os valores das receitas obtidas no mesmo período de 2019, antes da pandemia de covid-19, revelam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com o INE, citado pelo jornal Público, entre julho e setembro os alojamentos localizados no Alentejo (não são contabilizadas as unidades de alojamento local com menos de 10 camas) tiveram proveitos totais de 79,9 milhões de euros, 5% acima das receitas desses mesmos três meses em 2019.

Já a Madeira, que tem registado uma boa procura por parte dos turistas nacionais, foi a segunda região com melhor desempenho neste indicador ao encaixar 126,7 milhões de euros no verão passado, apenas -2% face ao mesmo período de 2019 (ano em que se bateram novos recordes no sector a nível nacional).

Os meses de agosto e de setembro foram mesmo superiores aos de 2019, demonstrando um ritmo de recuperação que poderá trazer boas novidades para a região nos próximos meses, mas o desempenho de julho acabou por não permitir superar as receitas pré-covid.

Tanto no Alentejo como na Madeira, a recuperação está a ser feita com menos dormidas de turistas. Ou seja, há menos visitantes, mas que gastam mais dinheiro. De acordo com os dados do INE, o rendimento por quarto disponível no Alentejo foi de 77,5 euros em agosto e de 46,7 euros em setembro, o que compara com 70,4 euros e 44,9 euros dos mesmos meses de 2019.

Em sentido contrário está Área Metropolitana de Lisboa, com proveitos totais de 184,4 milhões de euros no período em análise, menos 56% face ao verão de 2019, enquanto o Algarve se ficou pelos 474,5 milhões, o que equivale a menos 26%.

No conjunto dos nove meses, as receitas totais chegaram aos 1630 milhões de euros, mais 33% face ao ano passado – o valor supera já o ano completo de 2020 – mas menos 53% quando comparado com os valores de 2019. Embora haja diferenças entre as várias regiões, todas sobem em relação ao ano passado e todas descem face ao período pré-pandemia.

De acordo com os mesmos dados, houve, em setembro, proveitos totais de 355,5 milhões, o que mostra uma recuperação face a 2020 de 203,6 milhões, mas ainda bastante longe de 2019 (com 501,5 milhões).

Recorde-se que os sinais de recuperação de setembro já tinham sido avançados pelo INE na sua estimativa rápida de 29 de outubro, quando foi divulgado que o número de dormidas de estrangeiros nos alojamentos turísticos tinha superado o de portugueses, algo que acontece pela primeira vez desde que foi declarada a pandemia de covid-19.

Em setembro, houve 5,6 milhões de dormidas (de 2,1 milhões de hóspedes), das quais três milhões foram de não residentes (54,2% do total). “Nos primeiros nove meses do ano, verificou-se um incremento de 19,5% das dormidas totais, resultante de variações de mais 28,7% nos residentes e de mais 9,4% nos não residentes”, afirma o INE, acrescentando que se a comparação for feita com o mesmo período de 2019 “as dormidas diminuíram 54,0% (menos 14,4% nos residentes e menos 71,2% nos não residentes)”.  

Na sua estimativa rápida, o INE referiu ainda que o mercado britânico liderou o ranking de dormidas estrangeiros, com 19,1% do total (chegou às 580 mil dormidas), seguindo-se o alemão (13,2%), o espanhol (12,4%) e o francês (10,5%), com o Algarve concentrar 33,5% das dormidas nesse mês.

 

Fotografia de turismodoalentejo.com.br