7 Fevereiro 2023      09:42

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Alentejo pode ter setor social como área de “especialização”

Ana Abrunhosa, Ministra da Coesão Territorial

Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, afirmou ontem, 6 de fevereiro, em Castro Verde, que “uma das áreas de especialização do Alentejo” pode ser o setor social, de forma a criar emprego e melhorar a qualidade de vida a nível local.

“É possível criar emprego com investimento na área social, (...) ao mesmo tempo que aumentamos e melhoramos as oportunidades para os mais carenciados”, defendeu a ministra, que marcou presença na cerimónia de inauguração de duas residências autónomas destinadas a pessoas com deficiência, noticia a agência Lusa.

Segundo a mesma fonte, o projeto das Residências de Autonomização e Inclusão, desenvolvido pela Cooperativa para a Educação, Reabilitação e Capacitação para a Inclusão (CERCICOA), contou com um investimento de 450.000 euros e foi financiado em 85% por fundos comunitários e em 15% pela instituição.

O projeto contou ainda com o apoio da Câmara Municipal de Castro Verde, que cedeu o lote para a construção das duas residências, o que representa cerca de 60.000 euros.

A autarquia atribuiu também a este projeto 20.000 euros e vários apoios de “natureza logística e operacional”.

A cerimónia de inauguração contou com um discurso da ministra da Coesão Territorial, que considerou que as duas novas residências autónomas destinadas a pessoas com deficiência em Castro Verde “fazem o pleno”, uma vez que mostram a forma como se está “a mudar o paradigma na oferta de cuidados aos mais frágeis” no país e porque “não são apenas importantes para o município de Castro Verde, mas também para os municípios vizinhos”.

“Ninguém duvida que estas unidades e os serviços que vão prestar são um verdadeiro serviço público”, salientou Ana Abrunhosa.

António José Brito, presidente da Câmara Municipal de Castro Verde, também esteve na cerimónia e deixou um elogio a “toda a dimensão do trabalho meritório que, ao longo dos últimos anos, a CERCICOA tem desenvolvido” na região.

O autarca afirmou também que as novas residências são “mais um passo e mais uma resposta” num trabalho conjunto “de muita gente e que tem de ser acompanhado com a proximidade dos municípios e das populações”.

O presidente do conselho de administração da CERCICOA, António Matias, sublinhou que estas novas residências vão proporcionar aos seus residentes “melhor qualidade de vida” e também o “exercício de uma cidadania o mais participativa possível”.

Aproveitando a presença da ministra Ana Abrunhosa, o responsável alertou para a necessidade de implementação de “políticas públicas que comecem a inverter a tendência demográfica negativa” que se verifica no interior do país.

A região do Alentejo perdeu “12% de população residente, 9% de empregadores e 8% de ativos”, notou António Matias, fazendo referência aos dados dos Censos 2021.

“Mas crescemos 58% em alojamentos coletivos de apoio social, o que significa que a perda de população no Alentejo é preocupante e que o setor social começa a ter muita dificuldade em contratar trabalhadores para os mais diversos serviços e especialidades”, sublinhou.

Este cenário levou o presidente da CERCICOA a solicitar uma rápida implementação de medidas económicas que levem a que “a atração de recursos humanos [para o setor social] seja uma realidade e que incentive a fixação de pessoas no interior”.

 

Fotografia de tsf.pt