13 Março 2018      11:37

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Alentejo: a norte a água ainda não chega, a sul já se desperdiça

As chuvas que cobrem o Alentejo há pelo menos duas semanas parecem ter vindo aliviar a ansiedade de muitos, particularmente agricultores, criadores de gado, autarcas e mesmo a generalidade da população que em muitas zonas do Alentejo lidou recentemente com quebras no fornecimento de água canalizada, apesar da Barragem de Alqueva ter impedido problemas muito maiores, ao bombear água para várias barragens menores.

E se os especialistas dizem que é ainda cedo para considerar que a região saiu da condição de seca, pelo menos extrema e severa já estão afastadas. No entanto há diferenças de norte para sul do Alentejo. 

A albufeira de Póvoa e Meadas, em Castelo de Vide está praticamente no nível pleno com a quota a menos de dois metros do máximo de 312,5 metros. Segundo António Pita, autarca de Castelo de Vide esta albufeira já tem mais água armazenada este ano do que no ano passado pela mesma altura e que a água já está a ser descarregada pelo descarregador de fundo.

Já a albufeira do Caia, a maior do Distrito de Portalegre, que serve Elvas, Arronches, Campo Maior e Monforte, está com apenas 33% da sua capacidade de armazenamento, faltando-lhe ainda 10 milhões de metros cúbicos de água, segundo contas feitas por Aristides Chinita, responsável da Associação de Beneficiários do Caia, pelo menos para assegurar a próxima campanha de rega. Ainda segundo Chinita, aquela albufeira tinha por esta altura mais água armazenada em 2017 do que tem agora.

Situação diferente parece viver Almodôvar, no Baixo Alentejo, onde António Bota, presidente do município veio esta semana pedir a construção de uma nova barragem junto à Ribeira de Oeiras para aproveitar o forte caudal que corre naquela linha de água e que está a ser desperdiçada. Para Bota e sem a barragem esta está a ser uma oportunidade perdida para "acumular grande quantidade de água" que poderiam vir a servir Almodôvar, Castro Verde e Mértola, o que lamenta.