8 Dezembro 2020      10:28

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Alentejo alia-se a Norte do país em projeto de economia circular no turismo

A Serra do Alvão e do Monfurado, assim como Cabrela, no Norte e Alentejo, passaram a estar ligadas pelo projeto SECTUR – Sustentabilidade e Economia Circular no Turismo, que visa o reconhecimento destes territórios como exemplos de boas práticas de turismo responsável.

De acordo o portal Publituris, este projeto nasceu no final de outubro e tem como objetivo a “sensibilização para a importância da implementação de medidas e ações concretas que visem a sustentabilidade dos destinos” e, numa primeira fase, abrange os municípios de Vila Real, Vila Pouca de Aguiar, Mondim de Basto e Ribeira de Pena, no Norte do país, bem como os concelhos alentejanos de Montemor-o-Novo, Alcácer do Sal, Viana do Alentejo e Évora, no Alentejo.

Sandra Teixeira, diretora da VERde NOVO, empresa responsável pelo desenvolvimento do projeto, explica que “com este projeto o que se pretende, antes de mais, é a sensibilização para a importância da implementação de medidas e ações concretas que visem a sustentabilidade dos destinos em causa, seja ela económica, ambiental ou social”.

Esta empresa junta-se à MARCA – Associação de Desenvolvimento Local no desenvolvimento da iniciativa, cujo financiamento é garantido pelo Fundo Ambiental.

De acordo com a responsável, numa fase inicial, o SECTUR procurou “conhecer quem está no terreno e a fazer o quê e quais os ativos e recursos existentes e de que forma estes estão a ser usados”, nomeadamente ao nível do turismo, de forma a que fosse possível proceder à “ativação inicial de comunidades práticas de partilha de experiências e conhecimento com vista à adoção das medidas e ações referidas, quer a nível individual, quer ao nível coletivo”.

Estas práticas, segundo Sandra Teixeira, têm por base os “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas” e abrangem temáticas tão diversas como a erradicação da pobreza e da fome, questões da saúde e educação, energias renováveis, água potável e saneamento, bem como a produção e consumo sustentáveis.

“Naturalmente que as práticas que vierem a ser definidas ou consideradas como prioritárias dependerão daquele que é o ponto de partida das entidades e organizações pertencentes ao sistema turístico nestas temáticas, mas diria que passarão inevitavelmente por ações que promovam uma gestão sustentável e uso eficiente dos recursos naturais, a redução de desperdício alimentar, redução de resíduos, a salvaguarda do património natural e cultural”, aponta a diretora.

Adicionalmente, o SECTUR está direcionado para territórios rurais e de valor natural reconhecido, uma vez que o projeto resulta de um desafio que foi colocado à empresa pela MARCA – Associação de Desenvolvimento, no âmbito do projeto de turismo criativo Creatour, que “consistia em estruturar um projeto focado nas temáticas da sustentabilidade e economia circular nos territórios em que cada uma das entidades tem desenvolvido a sua atividade, partilhando metodologias, instrumentos e estratégias”.

Assim foi escolhida a Rede Natura 2000, onde os territórios da Serra do Alvão e do Monfurado, assim como a Cabrela, estavam integradas.

Sandra Teixeira acrescenta ainda que, além de tornar estes destinos mais responsáveis e sustentáveis, o projeto deverá também trazer vantagens para a afirmação turística dos territórios abrangidos, até porque, como refere, já “é reconhecida a tendência crescente na procura por destinos e ofertas turísticas que se apresentem como sustentáveis, responsáveis e éticos”.

Ao abrigo do SECTUR, foram realizadas ações de capacitação para empresários, autarquias e outras entidades públicas, que tiveram lugar no Norte e também no Alentejo, a 11 e 19 de novembro. Além disso, vai ainda ser lançado um manual de apoio à implementação de estratégias e práticas de sustentabilidade e economia circular no turismo, assim como um guia informativo sobre ofertas e agentes dos territórios que corporizam boas práticas a este nível, ferramentas que vão ser apresentadas e divulgadas até ao final do ano e que deverão servir de suporte, “tanto do lado da oferta como da procura turística”.

O projeto prevê um investimento superior a 21 mil euros, 20.150 dos quais apoiados pelo Fundo Ambiental. A sua primeira fase deverá estar terminada no final de novembro.

 

Fotografia de visitevora.net