5 Fevereiro 2023      11:47

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A alentejana Herdade do Rocim quer expandir-se no Douro

Com vinhos maioritariamente de ADN alentejano e alguns deles num segmento premium, a um preço que pode ir até aos mil euros a garrafa, a Herdade do Rocim, em Cuba, quer agora reforçar o posicionamento no Douro vinhateiro. O diretor da marca, o enólogo Pedro Ribeiro, sai da sua zona de conforto e coloca no mercado o terceiro vinho produzido nesta área do país, que batizou de “Bela Luz Branco 2021”. E prevê o lançamento de outra referência já em março deste ano.

O objetivo é expandir a marca, que já está cimentada no Alentejo, para o norte do país, na sub-região do Cima Corgo, com o lançamento de mais uma referência que Pedro Ribeiro batizou de “Bela Luz Branco 2021”. Inspirou-se na planta Bela Luz que é “abundante nesta vinha velha e na região”.

A colheita de 2021 chega agora ao mercado depois de “um processo de fermentação em barricas de 500 litros de carvalho francês e em talhas de barro de 140 litros”, descreve o enólogo. Ao todo, a empresa disponibiliza cerca de 6.000 garrafas a um custo de 27,90 euros cada.

Para março está prevista mais uma novidade no portfólio da herdade. Pedro Ribeiro avança ao ECO/Local Online que deverá lançar o Raio de Luz Branco 2022, depois de o Raio de Luz Tinto 2021 ter arrecadado o terceiro lugar no Vinum Wine Competion. “O que retrata bem o potencial que esta região tem”, frisa o administrador da Herdade do Rocim.

“É inquestionável que a Região Demarcada do Douro nos diz muito, enquanto enólogos e responsáveis por uma empresa de vinhos com vontade de fazer sempre vinhos únicos e alargar a nossa produção“, afirma. Há já algum tempo que Pedro Ribeiro procura, na região vinhateira, uma propriedade para montar “uma operação física com adega própria para vinificar o vinho e construir um espaço de enoturismo“.

A empresa já tem vindo, ao longo dos anos, a apostar noutras regiões além do Alentejo, firmando parcerias com produtores de vinhos nas ilhas da Madeira e dos Açores, por exemplo. “Inicialmente, a Herdade de Rocim estava muito focada no Alentejo, embora também tivesse uma vinha na região de Lisboa — o Vale da Mata. Mas agora atuamos em todas as regiões do país”, frisa Pedro Ribeiro. “Temos também uma vinha no Douro e projetos em parceria ou a solo nas ilhas dos Açores (PICO) e Madeira, no Dão, nos vinhos verdes”, acrescenta.

A inovação e o crescimento da marca em Portugal e no estrangeiro tem sido, aliás, uma característica da Herdade do Rocim que, ao longo dos anos, foi evoluindo e fazendo várias experiências com aposta no vinho de talha, por exemplo. “As mudanças foram profundas, sobretudo com o alargamento do portfólio” alicerçado numa “perspetiva experimentalista da enologia com novas técnicas aplicadas aos vinhos“, resume Pedro Ribeiro.

O segundo vinho da coleção, o Uranus, que seguiu a lógica do sistema solar, foi lançado, no final de 2022, em Madrid, por Cláudio Martins em parceria com o produtor espanhol Dominik Huber, da Terroir al Limit, da região de Priorat, a 1.700 euros a garrafa. O empresário diz que esgotou em três tempos, à semelhança do que já aconteceu com o Júpiter. “Esgotou em três semanas, com 60% das vendas concretizadas em Portugal”, precisou.

“O que demonstra que existe poder de compra para este tipo de produtos”, sustenta o administrador da Herdade do Rocim. Tanto que mais produtores lançaram depois vinhos com preços exorbitantes, como sucedeu com “O Segredo 6” a 600 euros a garrafa, do ex-futebolista Costinha e do empresário António Boal.

Estes vinhos “têm qualidade, muita história e exclusividade”, sublinha o administrador da Herdade do Rocim. “No caso do Júpiter tratou-se de uma edição limitada de 800 exemplares “, acrescenta o enólogo que vende para 50 países, predominantemente para os Estados Unidos, Suíça, Brasil e Alemanha.

 

Fonte: ECO/Local Online