30 Junho 2016      12:45

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AINDA TEMOS EUROPA?

“A FERRUGEM DO SISTEMA”

Faz hoje, exatamente uma semana, que os Ingleses foram as urnas e referendaram a saída do projeto europeu. E sendo absolutamente verdadeiro, nunca pensei que tal fosse acontecer…

Em primeiro lugar, porque mesmo os políticos que fizeram a campanha pelo “BREXIT”, não fazem a mínima ideia do que fazer com a orientação dada pelos ingleses.

Em segundo lugar, porque mais do que decidir se o reino unido fica ou sai da Europa, os eleitores britânicos votaram contra as políticas que tem vindo a ser seguidas pelas instâncias comuns.

Apos algumas horas de completo descontrole por parte de todos os atores políticos, começamos a ver que na realidade, o que os políticos ingleses querem é sair, ficando… ou ficar, saindo.

Sendo mais claro, querem sair, desonerando-se de todas as responsabilidades para com o projeto comum, mas ficando com todos os direitos de estado membro, isto é, ter fronteiras, não contribuir para o orçamento comunitário, não cumprir as regras comuns, mas ter acesso ao mercado europeu nas condições de estado membro.

Está bom de ver, que querem ter a chuva na eira, e o sol no nabal, e já diz a sabedoria popular, isso não é possível… por isso querem tanto um período de negociação longo (ao limite dois anos – limite imposto pelo acordo de Lisboa nos termo do artigo 50 do tratado).

Enquanto europeísta, concordo com aqueles que defendem o contrário, uma negociação rápida e uma saída que limite os já enormes prejuízos causados pela irresponsabilidade dos políticos londrinos... Porque dilatar no tempo esta instabilidade só favorece os que “jogam” contra a europa.

Nunca, como agora, é necessário que surjam homens de estado, com sentido de responsabilidade, verdadeiros europeístas que conduzam o processo de renovação que se iniciou… a europa necessita voltar a rever os tratados, necessita novamente de rever as normas do mercado e moeda comum, mas acima de tudo necessita livrar-se de uma “pandilha” de políticos, cujos interesses são desconhecidos dos europeus, e seguramente não são a favor do bem comum.

Acompanhemos então este tema nas próximas semanas, sabendo já que os primeiros indícios não são minimamente tranquilizadores face a incerteza que vivemos…

Imagem daqui.