10 Janeiro 2017      12:05

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ADEUS A UM DOS GRANDES...

Adeus a um dos grandes, direito a “desligar” e Geringonça

Palavra do ano: Geringonça

Tendo sido utilizada pela primeira vez por Paulo Portas, no sentido de caracterizar negativamente o acordo feito à esquerda para governar Portugal, a verdade é que a palavra geringonça “pegou de estaca”, reflexo de um bom desempenho do governo na demonstração de uma política alternativa que está a devolver a confiança aos portugueses, não só a começaram a utilizar de forma positiva como a elegeram palavra do ano.

O direito de “desligar” do trabalho

É um privilégio que poucos têm nos dias de hoje, num mundo excessivamente dependente das novas tecnologias, torna-se muito difícil para os trabalhadores conseguirem não pensar no trabalho, nem fins-de-semana e férias são desculpa para “desligar”. A pressão das novas tecnologias, sobretudo por culpa dos smartphones, tablets e computadores portáteis e a precarização laboral leva a que os trabalhadores, embalados pela ideia que se instalou na sociedade de disponibilidade total para vingar no mundo do trabalho, sejam vítimas de uma pressão constante que pode ter consequências graves. Esta situação compromete a vida familiar, o direito ao descanso (férias e fins-de-semana sem pensar em trabalho), a vida privada dos trabalhadores e pode ser responsável pelo desenvolvimento de complicações relacionadas com a saúde mental. Apesar de já ter discutido este assunto inúmeras vezes em conversas privadas, não esperava que viesse para a esfera de debate público e parlamentar em Portugal, fico contente e dou os parabéns ao Bloco de Esquerda por tê-lo conseguido.

A morte de um símbolo

Um tempo muito triste para todos os portugueses: morreu Mário Soares, um dos grandes responsáveis pela democracia em Portugal, para mim o mais importante. Mário Soares foi uma figura que marcou o panorama político e social em Portugal no século XX, criando uma unanimidade inigualável no que toca ao reconhecimento e respeito pelo seu papel na conquista da liberdade e valores democráticos. Desde miúdo que tenho os meus heróis, as minhas referências, e Mário Soares era - e continua a ser - uma delas, aliando a imagem (já referida) da afirmação da democracia e liberdade a uma rebeldia, frontalidade e coragem contagiantes.

Obrigado pela inspiração, pela forma de estar e por tudo o que fez pelo país.