23 Setembro 2018      13:28

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Não parece, mas acabou o verão e é tempo de recomeçar

O verão acabou! As temperaturas não o mostram - previsões de 40ºC para Évora e Beja – mas, no hemisfério norte, o Outono já começou, eram 2:54h.

Dizia Scott Fitzgerald em “O Grande Gatsby” que "a vida começa de novo quando fica crocante no outono”.

É um facto; a maior parte das sociedades e culturas, ao longo de todas as épocas, têm momentos que servem como purificadores, regeneradores, de recomeço: as passagens de ano, a chegada da primavera, os equinócios etc. e Megan Garbersep , em artigo na The Atlantic, confirma estes factos, apontando, tal como Fitzgerald, o outono como época de renovação.

É no outono as folhas caiem e logo um novo ciclo recomeça. O outono marca o regresso às aulas, o reinício e as novas temporadas dos programas e séries televisivas, os campeonatos e os jogos de futebol (quer os profissionais, quer as peladinhas com os amigos), o bronze do verão começa a esbater-se, chegam os vírus, as constipações, as visitas ao médico, o aumento progressivo das camadas de roupa e a mantinha do sofá; as rotinas recomeçam e o ritmo da sua vida aumenta drasticamente; em pouco dias de setembro deseja que as férias voltem, rápido! Mas não volta, faltam, mais ou menos, 12 meses! Como tal, aproveite o que tem; redefina-se e redefina objetivos. Se é na primavera que se veem as flores desabrocharem, a neve e as marcas do inverno desaparecer, é realmente no outono que tudo começa.

Porque é que os objetivos, as metas, do outono são mais adequadas que as de Ano Novo?

Porque são mais naturais e orgânicas, até a natureza acompanha a sua mudança. Quantas “resoluções” de Ano Novo já conseguiu cumprir? Pois… talvez porque são mais difíceis de atingir; em parte porque somos demasiados ambiciosos ao projetá-las e porque de 31 de dezembro para 1 de janeiro, do ano seguinte, nada muda mesmo na sua vida, a não ser a data, claro e as probabilidades de dores de cabeça na primeira manhã do ano novo! Não marca o recomeço do seu trabalho nem da sua rotina; o que fazia a 31 de dezembro, o que via na TV a 31 de dezembro, será o mesmo que fará e verá a 1 de janeiro. Os calendários não se definiram por ritmos quotidianos, são rígidos e a vida não se pode adaptar a eles.

O outono, por sua parte, é uma época natural do ano; mudem os calendários, as datas, o que quiserem que o outono continuará a estar lá. Aproveitemos então este outono para decidir agora aquilo a que nos propomos no “réveillon”: deixar de fumar, ficar mais saudável, ir ao ginásio, ler mais etc.

Segundo Brooke Randholp, no Shape, sendo o verão pródigo em descuidos nos hábitos alimentícios e no exercício, se começar no outono a repô-los, quando chegar ao final do ano já será mais capaz de concretizar os objetivos a que normalmente se propõe.

Mesmo para quem já não vai à escola e para quem não tem filhos, é o início da escola que rege os nossos ciclos; porque não aproveitar o início do ciclo e recomeçarmos também?

Com fim do verão, chega mesmo uma tristeza quase generalizada, mas também o outono tem os seus encantos. No outono também há sol e muitas outras coisas que não pode encontrar noutras épocas do ano – castanhas quentinhas, romãs, dióspiros entre muitas outras coisas – e também no outono pode aproveitar a vida ao ar livre, mesmo os dias de chuva e frio.

Quer saber o que pode fazer?

Entre centenas de outras coisas, pode comprar castanhas assadas a um vendedor de rua e saboreá-las ali, ao ar livre, e enquanto ainda estão quentinhas, organizar uma festa de Halloween, brincar num monte de folhas secas, ou, pelo menos, permitir que as crianças o façam, acender a lareira, preparar um balde de pipocas e ver um filme em família, debaixo das mantas quentinhas!

 

Imagem de static.vix.com

 

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