25 Abril 2020      10:12

Está aqui

Acabou o medo e a ignorância, somos orgulhosamente Portugal

“Quis saber quem sou, o que faço aqui!” dois versos simples - que expressam duas dúvidas de sempre, de toda a Humanidade - e que deram início à revolução de Abril.

Foi a música escrita por José Calvário, cantada por Paulo de Carvalho, que serviu de primeira senha à revolução.

Hoje, 46 anos depois, Portugal já não é orgulhosamente só; é como a sua génese humanista sempre o ditou: um país de diáspora, que se integra sem problemas e que recebe de braços abertos.

Hoje, 46 anos depois, a revolução portuguesa é vista lá fora como um exemplo, por ser pacífica e por não se ter verificado uma guerra civil como, por exemplo, aqui ao lado, em Espanha. Talvez por isso, muitos portugueses às vezes escorreguem naquilo que dizem e fazem, não dando valor aos valores que a revolução trouxe, desprezando-os e maltratando a Liberdade e a Democracia. No entanto, há a frisar, que desta revolução pacífica, ainda assim, resultaram 4 mortos e 45 feridos. E os tempos que se seguiram no pós-revolução não foram pacíficos.  A guerra civil que se evitou com a revolução quase chegou com Processo Revolucionário em Curso (PREC), num braço-de-ferro entre forças de extrema-esquerda e a social-democracia e que só terminou a com golpe militar de 25 de novembro de 1975.

Sacudido este pó da mais longa ditadura europeia, o 25 de Abril de 74 não foi um momento estanque; tornou-se uma marca do dinamismo e da mudança constante que a democracia exige.  Os vinte cincos, quer o de abril, quer o de novembro, continuam e continuar-se-ão a redefinir.

Acabou o medo e a promoção da ignorância – as ditaduras sabem bem que com medo e falta de conhecimento o domínio do povo é mais fácil.

Portugal passou a integrar uma União Europeia - criada nos melhores princípios democráticos e fraternais - melhorou a sua relação com o mundo, com os países de língua oficial portuguesa e até com os próprios portugueses, tendo reformado um vasto conjunto de ideias e áreas sociais internamente. Tudo isto, junto, contribuiu para claras melhorias das condições de vida:

• Esperança de vida das mulheres: 70,8 anos (1970) 80,6 anos (2002)

• Taxa de mortalidade infantil: (permilagem) 37,9% (1974) 5,0% (2002)

• Taxa de mortalidade materna: (por 100 mil nados vivos) 73,4% (1970) - 2,5% (2000)

• Partos em estabelecimentos de saúde: 37,5% (1970) 99,5% (2000)

• Taxa de atividade feminina: 19% (1974) 46% (2003) • Feminização do ensino superior: 44,4% (1970-71) 56,0% (2001)

• Taxa de cobertura: – água canalizada: 47,0% das casas (1970) 97,4% das casas (2001) – esgotos: 58,0% (1970) 96,7% (2001) – eletricidade: 63,0% (1970) 99,6% (2001).

• Analfabetismo: 33,6% (1970) 9,0% (2001), dos quais 11,5% mulheres, 6,3% homens.

 

Hoje, apesar de reclamarmos muito, de acharmos que muita coisa está mal, que podia ser melhor, podemos dizê-lo. Podemos não ser todos iguais. Podemos pensar e ousar ser nós, sem medo, com todas as nossas diferenças.

Mas não se esqueça, a Liberdade vive consigo. Preserve-a, cuide dela, promova-a para si e para os outros e mais, faça dela um uso responsável.

Viva a Liberdade!