14 Junho 2016      11:33

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A ECONOMIA E A SELVA

"100 NOTAS DE ECONOMIA"

"Você conhece a parábola da demissão da formiga desmotivada?"

Foi desta singela forma que uma partilha de um amigo meu me despertou a curiosidade, bem no meio de tanta informação desinteressante que inunda e entope as redes sociais.

Valeu sem dúvida nenhuma a pena e recomendo que pesquisem e leiam o texto. 

De forma muito resumida: existia uma feliz e motivada formiga, trabalhadora e produtiva. Perante este espanto, montou-se um verdadeiro "circo animal" para supervisionar, analisar e relatar a "anormal" situação. Com tanto animal envolvido, as despesas deixaram de ser suportáveis e a decisão foi demitir a única que trabalhava...a formiga!

Achei que a realidade estava muito bem retratada, tal e qual um filme de animação da Disney.

Efetivamente vivemos numa "selva animal"! Não me refiro somente à concorrência empresarial à qual a expressão "concorrência sangrenta" assenta como uma luva. Falo da concorrência "normal"...do dia-a-dia, nesta selva da vida.

A concorrência por manter o posto de trabalho na qual parecemos dois antílopes a fugir do leão. Corremos, lutamos, fazemos tudo para fugir do leão, sabendo que no final basta-nos conseguir correr mais que o outro antílope. Será ele que vai ficar para trás a servir de refeição e não nós. E podemos sobreviver por mais um dia.

Falo da concorrência por arranjar um emprego. Bandos de primatas que, ordenadamente e “civilizadamente” procuram o seu prémio, tanto pode ser o emprego ou um doce. Primatas que mesmo que os vistamos com as melhores roupas, não deixam nunca de ser selvagens e respondem facilmente ao mais insignificante impulso. Facilmente se transformam e repetem o que vêm e ouvem, sem ligar o cérebro. O mínimo rastilho e com mais um impulso, entram na violência.  

Para além dos primatas, existem as hienas. Aquelas carniceiras que apesar de serem cobardes e tímidas, recorrem da sua inteligência para levar a cabo os seus planos. São aquelas pessoas que quando sabem que um primata está a ser considerado para ser selecionado para o lugar, vão envenenar o gorila que decide. Que depois se congratulam com o riso sinistro e característico de quem engendrou um  plano, que outro primata fique com o lugar.

Falo da concorrência enquanto consumidores, em que não somos mais que um bando de abutres. Vulgares necrófagos que ao vermos uma promoção imperdível a encaramos como uma miragem, duma deliciosa carcaça e nos lançamos sobre a mesma.

E sabem o que é deveras assustador? Que nós, enquanto animais desta selva, destruímos o nosso habitat, dia após dia.

E enquanto o destruímos, estamos a destruir-nos a todos nós. Será que quando deixarmos de ter “selva” para viver, preocupar-nos com esta competição? Esta concorrência? 

 

Imagem daqui