25 Julho 2020      08:46

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Abre hoje, em Estremoz, o Museu Berardo dedicado ao azulejo

O Museu Berardo Estremoz vai abrir este sábado com a exposição inaugural “800 Anos de História do Azulejo”, que pode ser visitada com entrada gratuita a partir de domingo até ao final de agosto, avança a agência Lusa.

De acordo com os promotores, a coleção do museu é composta por conjuntos azulejares ´in situ´, património integrado na Quinta e Palácio da Bacalhôa (Azeitão) e no Palácio Tocha (Estremoz), e por mais de 4.500 exemplares móveis datados do século XIII ao século XXI, que permite “percorrer a secular história do azulejo”.

Este museu, instalado no Palácio Tocha numa iniciativa conjunta da Coleção Berardo e da Câmara Municipal de Estremoz, apresenta “um notável conjunto” de azulejaria espanhola e “um vastíssimo acervo” de azulejaria portuguesa, compreendendo todas as épocas e estilos.

Segundo os especialistas Alfonso Pleguezuelo e José Meco, comissários da exposição, “nas primeiras salas do Museu Berardo Estremoz, o objetivo é mostrar que o azulejo é o melhor testemunho material do estreito vínculo que existia entre Espanha e Portugal no início da Idade Moderna. Portugal tornou-se, a partir do período Barroco, na primeira potência do azulejo no sul da Europa”.

Em declarações à Lusa, José Meco considera que a coleção Berardo é “muito diversificada, formada essencialmente por produções de Lisboa mas compreendendo igualmente exemplares de Coimbra e da região Porto-Gaia”, devendo ainda ser destacados “vários conjuntos específicos de azulejos, entre os quais é possível evidenciar o dos painéis figurativos das diversas épocas, com destaque para os exemplares revivalistas e historicistas do início do século XX”.

Adicionalmente, a coleção “compreende ainda um conjunto considerável de outros exemplares de azulejaria estrangeiros, não peninsulares”. Neste novo museu também se presta homenagem ao mármore e ao mosaico hidráulico, duas artes ancestrais da região.

Assim, os escultores Paulo Neves e George Scheele foram convidados a prestar homenagem ao mármore de Estremoz através da apresentação de várias esculturas que demonstram “o vínculo milenar desta arte a esta região”.

Recorde-se que este equipamento museológico instalado no Palácio dos Henriques, vulgarmente conhecido por Palácio Tocha, teve um investimento de mais de 2,5 milhões de euros, comparticipado em 85% por fundos comunitários. Além disso, está também prevista a construção de um outro museu em Estremoz, dedicado à arte africana, mas cuja candidatura ao Alentejo 2020 foi recusada pela CCDR Alentejo.