14 Julho 2020      11:05

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Docente da Universidade de Évora procura criar uma Ordem dos Geólogos

Luís Lopes, novo presidente da Associação Portuguesa de Geólogos (APG) e professor da Universidade de Évora, pretende criar uma Ordem dos Geólogos até 2022, com vista ao maior reconhecimento social e à regulamentação da atividade da classe.

Em declarações à Lusa, o docente afirma que o projeto de criação de uma ordem “é uma luta antiga” e “um processo que já vem de trás”, e que enfrenta uma reduzida sensibilidade da população para a importância do trabalho dos profissionais de geologia.

Porém, o geólogo reconhece que há espaço para um “mea culpa” da APG no que diz respeito à falta de reconhecimento social dos seus profissionais, mas garante que a entidade irá dedicar mais atenção a esta área neste mandato que começou há duas semanas e termina em 2022.

O líder da APG (que regista atualmente cerca de 600 associados, apesar de os profissionais do setor em Portugal representarem três a quatro vezes esse número), lamenta as “confusões” com profissionais de outras áreas, e critica o que considera ser uma desvalorização recorrente do trabalho dos geólogos nos mais diversos projetos.

“Não raras vezes o geólogo é convidado a dar o seu parecer a um estudo quando este está praticamente fechado e tem de ser entregue, mas não estava em conformidade porque faltava o parecer de um geólogo. E isso acontece mais por imposição das normas e não porque se poderia ganhar com isso”, salienta.

Luís Lopes refere também que as reuniões realizadas pela APG no passado com diferentes grupos parlamentares na Assembleia da República ainda não resultaram num reconhecimento a nível governamental, não havendo uma “resposta ou demonstração de recetividade” em relação à constituição da Ordem.

De acordo com o geólogo, “somos pela exploração sustentável dos recursos e por uma utilização responsável do território. É incompreensível que num país tão pequeno não tenhamos a geologia toda publicada a uma escala intermédia (1 para 50.000), que nem é detalhada, mas já permite alguma gestão do território. Se não soubermos o que temos, não podemos orientar para a utilização mais adequada do espaço”.

 

Fotografia por Rádio Renascença