8 Julho 2020      14:24

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Cabo submarino que liga Sines a Brasil irá recolher dados sísmicos

O cabo submarino que irá ligar Portugal e Brasil entre o Funchal e Sines, vai conseguir recolher dados sísmicos, o que pode ajudar a tomar decisões sobre a criação de alertas e avisos de ocorrência de tsunamis e terramotos.

De acordo com a ANACOM, este é o primeiro sistema internacional no mundo a integrar esta funcionalidade, que deverá estar operacional no segundo trimestre de 2021.

O sistema, denominado EllaLink, irá recolher dados sísmicos que serão entregues para armazenamento, processamento e estudo às universidades nacionais, agências e institutos públicos que estudam e abordam a atividade sísmica. O objetivo é melhorar o conhecimento científico do fundo marítimo da plataforma continental portuguesa, existindo igualmente a possibilidade de contribuir para a avaliação da produção de certos tipos de alertas.

Recorde-se que, em 2017, a ANACOM alertou o Governo para a necessidade de substituição do anel Continente-Açores-Madeira (CAM), por considerar que a “sua substituição é absolutamente necessária para garantir a coesão territorial entre as Regiões Autónomas e o Continente”. Em 2018, a empresa desafiou o setor, tanto operadores como fabricantes para que fosse considerada a possibilidade de, no novo Anel CAM, os futuros cabos submarinos realizarem deteção sísmica.

No início de 2019, a construção do cabo submarino de fibra ótica para transmissão de dados foi aprovada, resultando num sistema que vai ligar Portugal, através de Sines a Fortaleza, ao Brasil, tornando mais próximo a ligação entre a Europa e a América Latina. Este cabo intercontinental é fruto do acordo entre a EllaLink e a Alcatel Submarine Networks (ASN).