22 Julho 2020      11:26

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Alentejo penalizado pela fraca entrada de turistas espanhóis

Após a reabertura das fronteiras, a entrada de turistas espanhóis em Portugal está “muito abaixo das expectativas”, o que “penaliza especialmente” o Alentejo, declarou Vítor Silva, presidente da Agência Regional de Promoção Turística.

Em declarações à agência Lusa, Vítor Silva considera que a perda turística do Alentejo é “brutal e catastrófica”, apesar de esta ser “a região que menos sofre” com a quebra generalizada provocada pela pandemia de covid-19. “No Alentejo, a quebra está nos 80 e tal, perto dos 90%”, afirmou o presidente da Agência Regional de Promoção Turística (ARPT).

O responsável lembrou que “o primeiro mercado” turístico do Alentejo é o espanhol, representando cerca de 20% do total de turistas estrangeiros na região, e rejeitou a ausência de corredores aéreos internacionais com destino a Lisboa como fator para a quebra turística na região.

“O turista espanhol vem, sobretudo, de carro e temos informações quotidianas que mesmo nas cidades e vilas fronteiriças o número de espanhóis é muito reduzido. É uma questão psicológica, as pessoas têm medo de viajar e o turismo é muito sensível às questões de segurança, não apenas a sanitária. Enquanto não houver uma vacina ou tratamento, é difícil fazer previsões”, afirmou Vítor Silva.

Já António Ceia da Silva, presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, sublinhou que a região “precisa sempre do turismo internacional. O nosso turismo é 65% de portugueses e 35% de estrangeiros. É verdade que não precisamos tanto como outras regiões do país, mas é decisivo, ainda mais a partir de outubro, porque até finais de setembro ainda temos os turistas portugueses”.

Adicionalmente, o presidente da ERT do Alentejo e Ribatejo concorda com Vítor Silva: “não é possível fazer qualquer tipo de planeamento em tempos de pandemia”, explicando ainda que “há muitas reservas canceladas”, porque as pessoas ainda “têm muito a perceção de medo”. Porém, o responsável garantiu que, “felizmente, há mais reservas de última hora”.

António Ceia da Silva revelou igualmente que “há zonas com excelentes taxas de ocupação, acima de 80%, e outras que passam por momentos difíceis. Podemos falar de uma tipologia de unidades mais rurais, tipo monte alentejano, e embora a região não tenha unidades hoteleiras com muitos andares, Évora sofreu um pouco pelo que foi a pandemia e o surto de Reguengos de Monsaraz, mas este está completamente controlado e ambas as cidades podem vir a melhorar as taxas de ocupação”.

O responsável pela ERT do Alentejo e Ribatejo salientou ainda o “grande trabalho para demonstrar que a região é segura”, enquanto Vítor Silva lembrou o trabalho desenvolvido pelo Turismo de Portugal na criação do selo “Clean & Safe”, que será “fundamental em todas as unidades” apesar dos “custos acrescidos” para os 300 sócios da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo.

“Tem havido campanhas no sentido de que não se esqueçam de nós e temos uma campanha preparada para lançar no mercado espanhol a partir de setembro”, avançou o presidente da entidade responsável pela promoção turística do Alentejo no estrangeiro.

 

Fotografia por Publituris.