Nas escavações na Herdade dos Perdigões, – um campo arqueológico com 16 hectares - em Reguengos de Monsaraz, foi descoberto, o ano passado, um conjunto de cerca de 20 estatuetas com cerca de 4500 anos.
A cargo da ERA Arqueologia - há 15 anos a investigar os Perdigões - as escavações permitiram descobrir pequenas estatuetas de marfim africano – 12 a 15 centímetros - com o corpo esguio, bem delineado, tatuagens faciais e olhos grandes que poderiam ter tido incrustações
António Valera, o arqueólogo que dirige as escavações considera mesmo esta descoberta uma "descoberta única" em Portugal e que, ao contrário do convencionado pelo cinema e pelo imaginário e que mostra o Homem pré-histórico como rude e brutamontes, mostra uma “simbiose com o mundo natural” e que na “Pré-História havia um grande grau de sofisticação que está muito longe do preconceito."
A descoberta deixou o mundo da especialidade fascinado e há mais factos curiosos em relação aos Perdigões como o facto de ser um complexo mágico-religioso em que os sepulcros não são antas e que só em 1997 começou a ser escavado, após ter sido descoberto em 1983.
O espaço da Herdade dos Perdigões era um povoado que terá tido início com as comunidades neolíticas, há cerca de c.5500 anos. Terá tido grande importância na região e era local de festas cerimoniais e de rituais associados ao culto dos mortos.
O complexo é constituído por fossos concêntricos escavados na rocha que culminam num centro geométrico, tendo revelado uma necrópole e um recinto cerimonial megalítico e tendo-se transformado em local de grande interesse da comunidade científica internacional e numa referência para a investigação da pré-história europeia.
Alguns dos vestígios podem ser visitados na torre do Esporão onde estão expostas centenas de peças de alto valor arqueológico.
Imagem de era-arqueologia.pt
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