As atribulações de uma espécie perdida imersa em beleza
O amanhecer de L' Avventura (1960) - Antonioni e a solidão insuportável em dois planos, mais do que suficientes para abarcar a totalidade do pesar.
Estranha intuição, esta: perfeição entrevista e impossível de atingir.
Sincronia que um dia teremos de aceitar enquanto colecção de indivíduos - o dia antes da extinção.
Pelos vistos, em 1981 o noir já não era o que era.
Veja-se o final de Body Heat, o primeiro filme dos muito, muito estimáveis (no respectivo campo) Lawrence Kasdan e Kathleen Turner. Porquê a cena final na ilha paradisíaca quando já o sabíamos do livro de curso? Para quê a musicalidade das imagens sobrepostas? Para simples efeito? Afinal, tudo se resumia a Ned / William Hurt e à sua perda infinita, e era nesse olhar que devíamos ter ficado - para sempre.
Jacques Tourneur e Otto Preminger, dois dos meus bons amigos das noites da RTP 2 dos 90 do século passado, jamais cairiam numa tão óbvia esparrela.
Histoire d’O (1975)
Filmes eróticos dos anos 70
A honestidade dos corpos, apesar de tudo.
Um corpo nu não é ficção - e, mesmo falando de cinema, nunca, nunca, nunca será simulação enquanto souber reter a inocência, ou seja, enquanto não cair na tentação da transformação excessiva.